Consórcio aumenta em até 2% teor de proteína bruta da pastagem

Em integração com braquiária, leguminosa oferece teor inicial de proteína de 16% com produção de até 7 t de matéria seca por hectare

Em entrevista concedida ao Giro do Boi para reportagem da série especial Embrapa em Ação, o agrônomo e mestre em fitotecnia Flávio Wruck, pesquisador da unidade Agrossilvipastoril, em Sinop-MT, falou sobre os benefícios do “Sistema Gravataí”, fruto de pesquisas que tinham o intuito de formatar um sistema de produção válido para os produtores mato-grossenses.

“O Sistema Gravataí foi pensado na produção de forragem de alta qualidade, em boa quantidade – estamos falando acima de cinco toneladas de matéria seca por hectare – após o cultivo da soja, ou seja, no período da safrinha. (É recomendado) para regiões do Cerrado, como uma ferramenta para integração lavoura e pecuária, então a ideia é a gente ter uma forragem de alta qualidade em grande quantidade para o nosso famoso boi safrinha, para aqueles animais que são colocados para engorda, seja recria ou terminação, após o cultivo da soja”, explicou o pesquisador.

Para melhorar quantitativa e qualitativamente a produção de forragem, os pesquisadores fizeram testes baseados no consórcio do capim com a leguminosa feijão caupi. A espécie tem potencial para aumentar a fixação de nitrogênio no solo, melhorando a adubação natural, fazer descompactação com sua raiz pivotante e aumentar de duas a até três vezes a população de microorganismos.

“Além de tudo isso tem o aumento do carbono orgânico do solo, na verdade é a nossa matéria orgânica que interessa. O nitrogênio orgânico também aumenta bastante, quase que duplica, então são estes os benefícios aí que esta leguminosa traz para nós neste consórcio. […] Esse caupi tem uma ótima palatabilidade, ele tem um teor de proteína bruta elevado, então isso faz diferença. Só para se ter uma ideia, os nossos resultados mostram que nós podemos ter um incremento de 1% a 2% de proteína bruta quando você compara a braquiária solteira com a braquiária com o caupi. Imagine isso numa quantidade de 5.000 quilos de matéria seca, o quanto representa isso pensando na recria e engorda dos animais?”, indagou o agrônomo.

“A ideia é essa, produzir de cinco, e temos resultados de produção de até sete toneladas de matéria seca, dependendo do consórcio que você faz. E com o teor de proteína bruta inicial de 15% a 16%. É lógico que depois, ao longo do tempo, vai diminuindo, mas inicia com 15% a 16% de proteína bruta. Então é uma boia em quantidade e em ótima qualidade para o nosso produtor rural, para quem faz integração”, complementou.

O consórcio é recomendado para solos de textura média/ardilosa e o plantio é recomendado para o começo da safrinha, entre fevereiro e março, com sua manutenção até o início das chuvas, entre setembro em outubro, quando o produtor deve retirar os animais dos piquetes integrados, esperar a rebrota e aplicar o dessecante para o posterior plantio de soja na palhada. Wruck acrescentou que mesmo o produtor que não faz integração pode se beneficiar do consórcio por conta da palhada que protege o solo.

Confira a reportagem completa pelo vídeo abaixo:

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