Conheça a fazenda que é referência nacional na engorda de novilhas de qualidade

Saiba os segredos de produção e qualidade da Fazenda Morada do Sol, em Cáceres-MT, uma das melhores propriedades de engorda de fêmeas em todo o Brasil

Morada do Sol – e da novilha de qualidade também. Giro do Boi desta quinta, 29, destacou o trabalho de um dos maiores – e melhores – criatórios de novilhas de corte do País, a Fazenda Morada do Sol, localizada em Cáceres, no Mato Grosso. A propriedade recebeu em inúmeras oportunidades o toque do berrante no quadro Giro pelo Brasil, que apresenta os melhores lotes abatidos diariamente.

A fazenda que tem como sócios os produtores Wallace Antunes Gonçalves, Fábio Huck e Kenny Antunes, alcançou em 2017 87,92% de animais no padrão desejável, ou verde, na matriz do Farol da Qualidade. O número em 2018 até novembro é ainda melhor: 90,24% de animais no quadrante verde.

Para falar sobre o trabalho desenvolvido na Morada do Sol, o programa levou ao ar entrevistas com o médico veterinário Juliano Dalcanale, que há nove anos presta assessoria à propriedade, e também o pecuarista e administrador de empresas Wallace Gonçalves, que está à frente dos negócios da fazenda desde 2002.

O veterinário disse que uma das potências da Morada do Sol é a terra fértil herdada dos tempos em que era dedicada à plantação de soja. Hoje, com pastagens formadas por variedades de forrageiras como Brizantha, Massai, Mombaça, Tanzânia e Zuri, está focada na recria e engorda de fêmeas, Nelore ou cruzadas. “Em termos de idade, as fêmeas são compradas desde a desmama até sobreano, buscando sempre gado de qualidade. Principalmente, e mais recentemente, na busca por premiações por qualidade para novilhas mais pesadas. Então para se produzir estas novilhas com peso maior você precisa de um gado com genética superior”, introduziu Dalcanale.

A escolha por engorda de novilhas se deu por conta da boa oferta de fêmeas para recria e engorda na região, além do melhor ajuste da categoria ao sistema produtivo mais intensivo da fazenda. “Esse ano em particular está um ano bem chuvoso e estas áreas, por serem adubadas, elas têm uma explosão muito rápida. E com isso, com esta condição de você estar ajustando estes lotes é muito favorecida. Você acaba conseguindo uma colheita pode hectare mais satisfatória e isso agrega muito ao resultado final. Com macho às vezes você tem essa dificuldade de ajuste de lote, enquanto a fêmea te permite adicionar, retirar uma quantidade de animais”, afirmou o pecuarista Wallace Gonçalves.

A fazenda foi se especializando na engorda de novilhas, uma tarefa pouco simples por conta da falta de estudos zootécnicos para a terminação desta categoria na comparação com estudos sobre engorda de machos. “A gente tem que produzir o máximo de arrobas possível com capim. Além da qualidade, o custo é mais baixo. Então a gente complementa a parte nutricional com suplementação, com ração, mas acho que o melhor investimento é na pastagem. E a lavoura nos deixou este resultado satisfatório”, complementou Gonçalves.

Outro dos segredos de produtividade da fazenda é que hoje cerca de um terço da área de pastagens é fertilizado com dejetos do confinamento, o que também potencializa a produção a pasto. “O esterco do confinamento é trabalhado por uma empresa de consultoria especializada nisto. Então a gente transforma o que poderia ser um problema ambiental, que são os dejetos do confinamento, em um excelente fertilizante. Na verdade, é considerado uma receita do confinamento, a gente monetariza este produto e ele consegue, com esse trabalho de compostagem, de produção de adubo orgânico, adubar um terço da área total da fazenda. […] Realmente é importantíssimo para a sustentabilidade da produção, para manter a produtividade das pastagens em um custo baixo, e da sustentabilidade ambiental”, detalhou.

A especialização e evolução do manejo da fazenda estão sendo refletidos nos números alcançados pela Morada do Sol. Enquanto em 2017, das cerca de 8 mil novilhas abatidas pela propriedade, mais de 87% se enquadraram no perfil de carcaças desejáveis (quadrante verde no Farol da Qualidade), no acumulado de 2018 o número evoluiu para mais de 90%. Em relação à era das fêmeas, 61% foram abatidas com zero DIPs (dentes incisivos permanentes) em 2017, enquanto neste ano o volume de novilhas zero dentes foi maior do que 64%. Para 2009, a intenção é fazer o volume total de abate crescer em 15%, passando para 9.200 novilhas.

“Primeiramente a gente tem que tentar otimizar aquilo que tem de forte na propriedade. Às vezes a pessoa tem uma área que requer pouco investimento. Então é questão de planejamento, de definição de pontos fortes da propriedade. Este é um dos pontos iniciais, avaliar de fato o que se tem, o que se pode conseguir de resultado com menos investimento. Isto é muito peculiar de cada propriedade”, recomendou Wallace.

Veja os depoimentos na íntegra do pecuarista Wallace Antunes Gonçalves e do veterinário Juliano Dalcanela pelo vídeo que segue:

 

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