O pecuarista brasileiro agrega cada vez mais teorias e práticas quando o assunto é bem-estar animal dentro de sua porteira. Mas você sabe quais são os procedimentos pelos quais o seu boi passa depois que sai da fazenda rumo ao frigorífico? Afinal, a história não termina ali. Cuidados no transporte, treinamento de equipe de recepção aos lotes, manejo tranquilo, desembarque, zelo para evitar escorregões e lesões são algumas das práticas às quais os colaboradores da indústria devem estar atentos, e tudo isto auditado com frequência.
O Giro do Boi aproveitou a passagem da pesquisadora Temple Grandin – referência mundial em bem-estar animal – pelo Brasil em julho para conversar com vários profissionais ligados ao setor, como a analista da garantia da qualidade Raquel Santos, que atua em uma unidade de abates em Andradina, interior do estado de São Paulo. Esta planta, por exemplo, recebe ao menos uma auditoria por semana para garantir que os animais estejam sendo tratados da melhor maneira possível.
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“Nós temos responsabilidade a partir do momento que nós pegamos os animais na propriedade rural, desde o transporte, até a sala de abate”, afirmou Raquel, lembrando que desde os motoristas das carretas, os primeiros colaboradores a terem contato com a boiada, os profissionais já recebem treinamentos especializados.
No desembarque dos animais na indústria, outra etapa importante é monitorada. “Nós contamos com câmeras de monitoramento e são avaliados escorregões e queda. […] Nós contabilizamos também a vocalização desses animais”, revelou a analista.
Para assegurar que o trabalho esteja seguindo o padrão preconizado por clientes intermediários, como indústrias de alimentos e food service, e clientes finais, os consumidores de carne propriamente ditos, auditorias independentes avaliam as práticas com frequência. “Na unidade de Andradina, como tem muitos clientes, e a gente precisa atender as necessidades deles, sendo uma destas exigências o bem-estar animal, pelo menos cinco auditorias por mês nós recebemos”, declarou.
Assista à entrevista completa no vídeo abaixo: