O médico veterinário Daniel Rodrigues, gerente técnico da Área de Ruminantes da MSD Saúde Animal, apresentou cinco dicas essenciais no programa Giro do Boi desta terça-feira, 5/4, para o pecuarista reduzir os problemas com resistência de parasitas no gado.
A sobrevivência de parasitas como carrapatos, moscas e vermes intestinais em tratamentos sanitários é um problema antigo na pecuária brasileira e causa prejuízos enormes às fazendas, levando à morte os animais, nos casos mais extremos.
“O que é a resistência? É a capacidade do carrapato, da verminose ou das moscas de sobreviver após a ação constante dos medicamentos. A natureza vai encontrar uma forma de deixar seus descendentes, então, com o passar do tempo, se nós utilizarmos os produtos no momento errado ou da forma errada, a gente acaba selecionando carrapatos, moscas, ou vermes que não irão morrer após a aplicação”, explica Rodrigues.
Essa leva de parasitas sobreviventes vão gerar filhos mais resistentes aos medicamentos, por isso é importante seguir os seguintes passos:
1- Utilizar a dose correta do produto conforme o peso dos animais;
2- Monitorar o aspecto e a quantidade de parasitos nos animais;
3- Não deixar altos níveis de infestação no gado;
4- Monitorar a eficiência dos produtos aplicados;
5- Mudar a base química do tratamento caso seja identificada a ineficiência no medicamento.
Base química
Entre as formulações, existem a classificação de produtos como piretróides, organofosforados e fipronil, segundo Rodrigues. Quando é necessária a rotação de produtos, é importante que o pecuarista rotacione produtos com moléculas distintas.
“Tem muitos produtos que mudam apenas de nome, mas as formulações são muito similares. O ideal é fazer rotação de moléculas, por isso o pecuarista tem de mudar os componentes químicos dos medicamentos”, alerta.
Resistência ou uso errado?
Para o especialista em sanidade da MSD, há diferença entre a resistência e o uso errado dos medicamentos.
“Existem parasitas que não estão morrendo com o medicamento, mas temos muitos casos que o pecuarista utilizou de forma errada o produto e, por isso, que o parasito não morreu”, explica.
A subdosagem é um dos problemas mais comuns, quando é aplicada uma dosagem inferior à recomendada na bula do medicamento.
Alta infestação
Outro problema que pode prejudicar a avaliação se o rebanho está ou não sofrendo de resistência de parasitas é a alta infestação nos animais.
“Quando se tem muito carrapato e faz um tratamento, a eficiência do produto é menor. Não é porque o parasita é resistente, é por causa da quantidade dele no animal”, explica Rodrigues.
Para assegurar que a infestação seja controlada, o especialista aconselha sempre o acompanhamento de um veterinário para manter a sanidade do rebanho e a fazenda bem longe de prejuízos sanitários.
Confira a entrevista completa no link abaixo: