O “Giro do Boi Responde” desta segunda, 05, atendeu dois produtores com dúvidas sobre estratégias nutricionais para a engorda de bois no período seco do ano.
Paulo Guimarães, de Campo Grande-MS, disse que adquiriu uma propriedade de 5,5 hectares e quer começar um confinamento do zero, perguntando sobre um possível passo a passo para implantar a estrutura na propriedade.
Além dele, Francisco Lavor, de Itapipoca-CE, perguntou sobre a melhor ração para engordar sua boiada Nelore, uma vez que suas pastagens não estão em boas condições devido à escassez de chuvas em sua região.
Quem atendeu os produtores foi Josiane Lage, zootecnista e gerente de pesquisa e desenvolvimento da Trouw Nutrition.
Lage sugeriu o uso do confinamento expresso, cuja estrutura é mais viável de ser instalada pelo menor custo e maior facilidade operacional.
“A principal vantagem do confinamento expresso é ser utilizado por aqueles pecuaristas que não querem ainda investir numa estrutura de confinamento convencional, que é óbvio que é mais cara que uma estrutura que você pode fazer a pasto. Basicamente você vai utilizar o pasto como volumoso, comprar algum tipo de núcleo mineral de alguma empresa do mercado e vai misturar esse núcleo de acordo com a formulação do seu nutricionista, com a recomendação do seu consultor, com relação aos ingredientes energéticos e proteicos”, explicou.
“Esse produto vai ser ofertado em média de 2% do peso corporal dos animais e eles vão utilizar o pasto como fonte de volumoso. Você consegue aumentar a taxa de lotação, ou seja, colocar mais animais dentro de uma mesma área e engordar esses animais com alto concentrado porque a técnica do confinamento expresso é feita para você fornecer ao redor de 1,5% a acima de 2% do peso corporal dos animais em concentrado. Na média, geralmente os animais consomem ao redor de 2%. E se a gente estiver falando de um animal de 400 kg de peso corporal, ele vai ingerir em média 8 kg de concentrado e isso é praticamente a mesma quantidade que um animal ingere de concentrado em dieta de confinamento tradicional”, detalhou.
“A única diferença é que esse animal vai regular o consumo desse suplemento de acordo com a massa de forragem disponível que ele tiver. Quanto maior for essa massa, menor tende a ser o consumo de concentrado. Mas a gente tem que lembrar que, considerando o confinamento expresso, esse animal vai comer sempre acima se 1,5% do peso corporal em concentrado”, calculou.
Na sequência, Lage falou sobre a estrutura necessária para dar início à estratégia nutricional. “A estrutura que você vai precisar para fazer isso na sua fazenda é o seu piquete bem delineado para colocar no máximo 200 animais dentro do piquete e não ter tanta competição de lotes, facilitando também o manejo operacional. E você vai colocar cochos no piquete, ao redor de 45 a 60 cm por cabeça. Você vai precisa também de um misturador para poder misturar os ingredientes na fazenda, um distribuidor e, obviamente, balança para poder conferir o que você está oferecendo para o seu animal”, listou.
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“É uma técnica super fácil de ser utilizada. Dependendo do consumo de concentrado e da forragem de pasto, você consegue colocar em média dez animais por hectare, e essa é uma quantidade considerável quando a gente está falando de terminação a pasto”, exaltou.
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“Você consegue um animal pesado ao final do período de confinamento e com um ganho de carcaça expressivo”, sustentou. “O tempo de confinamento é muito semelhante ao do convencional. Vai depender do peso de entrada dos seus animais, mas geralmente fica ao redor de 100 a 110 dias. Depende do peso de entrada e do seu objetivo de peso final”, apontou.
“É uma técnica super recomendada, já tem pecuaristas do Brasil inteiro utilizando a técnica do confinamento expresso não somente no período de seca, mas no período de águas”, concluiu.
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Foto: Reprodução / Embrapa