Como tratar do gado na seca se eu não me planejei bem?

Coordenador do Senar-MS listou medidas de emergência para o pecuarista atravessar o período de estiagem e orientou uso de ferramenta gratuita para o longo prazo

Em entrevista ao Giro do Boi o coordenador técnico do Senar-MS Fabiano Pessati respondeu como tratar do gado na seca. As opções serviram sobretudo para caso o pecuarista não tenha feito planejamento adequado. Além disso, as dicas do especialista foram para o produtor se precaver em anos de baixa disponibilidade de insumos, como foi o caso de 2021.

“Então o produtor tem que fazer muita conta antes de tomar qualquer decisão e não tomar decisão de cabeça quente”, reforçou Pessati.

DIAGNOSTICANDO O PROBLEMA

Primeiramente, Pessati, que é engenheiro agrônomo, recomendou que o pecuarista faça um raio-x para diagnosticar sua situação para depois saber como tratar o gado na seca. Segundo o coordenador do Senar, o objetivo é avaliar a atual expectativa e possivelmente readequar em relação a produtividade e buscar as alternativas na região.

Por exemplo, dependendo da região, a alternativa pode ser arrendamento de pasto, uso do boitel, TIP (terminação intensiva a pasto) e, em último caso, até a venda de animais.

“Na pior das hipóteses, para aquele produtor que chegou aos 45 do segundo tempo e a seca já está lá, ele tem que tomar a decisão. E não tem muito mais tempo para planejar e se organizar. Nesse caso, o pecuarista vai ter que reduzir a lotação da propriedade, reduzir o número de animais para reduzir aquela pressão por comida”, justificou em seguida.

Do mesmo modo, é possível buscar alimentos alternativos para a seca, o que varia também de acordo com a região. “Ele pode estar buscando outras fontes de alimentos, como sorgo. Produtores mais perto da região de São Paulo podem buscar bagaço de laranja. Já os que estão perto da divisa com Mato Grosso, têm o DDG, WDG. Então você pode estar buscando outras alternativas também que não sejam somente o milho”, lembrou.

OPÇÃO DE LONGO PRAZO

Finalmente Pessati falou também sobre uma ferramenta do próprio Senar-MS que pode ajudar o pecuarista caso ele tenha a possibilidade de se preparar para o longo prazo.

“A gente tem a Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) em bovinocultura de corte, em que a gente disponibiliza técnicos durante 24 meses com visitas mensais. Será feito um planejamento estratégico, avaliando a capacidade operacional, técnica e financeira da propriedade. Vamos sentar com o produtor para fazer um planejamento estratégico dos próximos 24 meses, avaliando qual o objetivo do produtor, a expectativa que ele tem em relação à produtividade da fazenda. Assim, traçamos um plano para atingir esses objetivos”, explicou o coordenador técnico do Senar.

Conforme reforçou Pessati, para programa não tem custo para o produtor e, para participar, basta que ele procure o Sindicato Rural mais próximo e demostrar o interesse.

+ Acesse aqui a área de credenciamento para a Assistência Técnica e Gerencial do Senar-MS

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Por fim, assista aqui a entrevista completa com o agrônomo Fabiano Pessati sobre como tratar o gado na seca:

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