Treinar um profissional, como o vaqueiro da fazenda, quer dizer que você ficará mais suscetível a perdê-lo para a concorrência, para a fazenda vizinha, por exemplo? Não se você, gestor, fizer a capacitação do jeito correto. Este foi o tema de mais um episódio da série “Gestão de Pessoas na Fazenda”, que reúne dicas da pedagoga, jornalista e consultora em gestão de pessoas e desenvolvimento humano em empresas rurais na Destrave Desenvolvimento, Jacqueline Lubaski.
“Aí é que você se engana. Você quer ter um funcionário que seja qualificado ou um que não teve nenhuma formação e vai continuar entregado os mesmos resultados? E às vezes resultados abaixo da média nacional! Este é o pulo do gato, eu tenho que qualificar a minha equipe!”, recomendou Lubaski.
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“Eu tenho certeza de que se você começar a levar treinamentos para a sua fazenda, você vai ter resultados diferentes”, reforçou.
A especialista listou alguns tipo de treinamento que podem ser feitos, inclusive, sem custos adicionais aos pecuaristas aproveitando parcerias com empresas fornecedoras de insumos da propriedade, por exemplo.
“Você pode buscar parcerias com Senar, você pode buscar parcerias com empresas de saúde animal, empresas de nutrição, empresas que trabalham com pastagens. O vaqueiro tem que saber, tem que entender quantos gramas de sal ou de ração o animal tem que ingerir, ele precisa entender qual é a média, o índice que teve de mortalidade e o que é ideal para a fazenda. Quanto mais informação você leva para estas pessoas, maior o comprometimento”, enalteceu.
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Lubaski deu dicas também de ajuste de linguagem para que os treinamentos e capacitações de forma geral façam a diferença no conhecimento dos colaboradores. “A gente lida com várias pessoas de escolaridade muito baixa, mas o interesse dela é tão grande para buscar informação, ela é tão sedenta de conhecimento que quando você fala com uma linguagem assertiva, uma linguagem que vai ao encontro com aquela cultura, com aquela linguagem, você vai fazer um trabalho extraordinário!”, apontou.
Mas além de levar o treinamento até a fazenda e disponibilizar à equipe, o gestor deve estar preparado para acompanhar se o conhecimento está sendo usado na prática. “Com uma formação de aplicação de medicamento você vai ver que, no frigorífico, você vai ter melhor rendimento de carcaça. Se você fizer um treinamento de manejo bem feito e fazer com que se cumpra”, advertiu.
Lubaski destacou ainda que os gestores das fazendas devem ter maturidade o suficiente também para perceber quais são os cursos ou treinamentos práticos que deverão causar mais impactos aos colaboradores. Além das capacitações intrínsecas à atividade da pecuária, a especialista indicou um curso de economia doméstica tanto para o vaqueiro como para toda a sua família. Conforme contou pelas suas experiências, os impactos positivos desta capacitação superam as fronteiras das suas próprias casas e ajudam os profissionais inclusive a serem mais conscientes nos uso das estruturas e implementos de uma fazenda.
“Qualificação é sempre muito bem vinda. Independente da qualificação, dê para a família, para o colaborador, para os filhos dos colaboradores e, consequentemente, o resultado da sua fazenda vai superar as suas expectativas”, finalizou.
Veja as considerações de Jacqueline Lubaski no vídeo a seguir:
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