O telespectador Eduardo Fontana, de Novo Hamburgo, área metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, enviou sua mensagem para a previsão do tempo no Giro do Boi, querendo saber sobre possível “despedida” das chuvas nessa primeira quinzena de março e como deverá se comportar o tempo ao longo do segundo trimestre de 2021.
Quem atendeu Eduardo foi o meteorologista e doutor em ciência ambiental pela USP Marcelo Schneider, coordenador regional do Inmet, o Instituto Nacional de Meteorologia, órgão vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
“No Rio Grande do Sul, alguma instabilidade muito localizada, muito passageira acontecendo no leste gaúcho, pegando a divisa da região metropolitana, mas principalmente a Serra Gaúcha e a área do planalto e litoral sul catarinense para os próximos quatro ou cinco dias. […] Devemos ter bastante chuva de final da segunda para terça-feira em parte do Rio Grande do Sul, provavelmente atingindo mais a área do sul gaúcho e também para o centro-norte e algumas áreas de Santa Catarina e Paraná. […] A tendência é que em abril e maio, esses dois próximos meses, tenha uma diminuição bem considerável (de chuvas). Deve diminuir, então, os volumes de chuva em toda a região Sul, mas principalmente nessas áreas mais a oeste e noroeste do Rio Grande do Sul, em parte do Paraná, sudoeste do Paraná […] no mês de maio. No mês de junho, aí sim, com as primeiras frentes frias mais fortes, mais intensas, inclusive com temperaturas mais baixas, deve voltar a ter chuva em parte da Região Sul, principalmente centro-norte gaúcho e nas demais áreas de Santa Catarina e do Paraná. […] As temperaturas, provavelmente entre abril e maio, algumas zonas de calor ocorrem em parte da Região Sul. Só o sul gaúcho que deve ter alguma zona de frio chegando um pouco mais cedo, mas em maio deve ter algumas temperaturas um pouco mais elevadas. Depois, em junho, com as primeiras entradas de massa de ar frio, a tendência é de temperatura bem abaixo da média em parte da Região Sul, podendo pegar até a Região Centro-Oeste do Brasil”, resumiu o meteorologista.
Schneider respondeu ainda dúvida do telespectador Carlos Neto, da região de Araguaína, no extremo-norte do Tocantins, próximo à divisa com o Maranhão. Ele quer saber até quando vão as chuvas intensas em seu local. “Continuam essas chuvas aqui na altura do Tocantins, no norte do estado, bem na divisa com o Maranhão, e também com essa área do Pará. […] Na região do Matopiba, uma variabilidade ligeiramente acima do normal (de chuva) nessa região aqui de Araguaína, no Tocantins. Em algumas áreas de semiárido também em abril, principalmente, podem ter uma chuva abaixo do normal, mas voltando a ter chuva um pouco mais intensa no mês de maio”, projetou.
O especialista comentou a tendência para o tempo nos próximos dias para todo o país. “A previsão para os próximos dias a gente passa rapidamente para os mapas de umidade, água precipitável. Aqui os tons de azul também significam potencial de chuva, ou seja, umidade disponível para que ocorra chuva. A gente percebe que de sexta para domingo há um deslocamento dessas áreas de metade mais para o Centro-Oeste, em direção à Amazônia. A Bahia, o norte de Minas e parte do interior do semiárido, parte do agreste também, continuam mais secos, e também na região do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, pelo menos até sábado e domingo. No domingo, na verdade começa a aumentar um pouquinho a umidade, mas essas regiões ficam secas”, informou.
“Entre terça e quarta-feira a gente percebe que há um aumento bastante significativo da umidade. Vão ser dois ou três dias com previsão de alguma chuva, principalmente de segunda e terça-feira. Percebam aumento da umidade em função da formação de outro ciclone, de outra área de baixa pressão que está aqui na altura do Rio Grande do Sul”, indicou.
“Tem indicativo de granizo provavelmente para segunda, terça e quarta-feira. Vamos ter algumas áreas entre a Região Sul e, principalmente, essas áreas de divisa entre Paraná, São Paulo e depois se deslocando para Minas Gerais à medida que a instabilidade chega novamente”, alertou.
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Confira a previsão completa do tempo no vídeo a seguir: