Nesta quinta, 21, o Giro do Boi exibiu o sétimo episódio da série “Pastagem de A a Z”, conduzida pelo o engenheiro agrônomo, pós-graduado em pastagens pela Esalq-USP e consultor do Circuito da Pecuária Wagner Pires. Desta vez, o especialista falou sobre a importância da divisão de pasto. “Nós não conseguimos fazer manejo sem divisão de pasto. Nós precisamos ter um sistema de divisão melhor na fazenda para conseguir ter um bom manejo da pastagem”, determinou.
Pires destacou que o primeiro ponto para fazer a divisão é ter em mãos um bom mapa da fazenda, o que hoje é possível fazer por Autocad ou Google Earth com bastante precisão.
Com isto em mãos, o pecuarista deve entender que a água não pode estar distante mais do que 600 metros do fundo do pasto. Isto porque o animal caminha cinco a seis vezes por dia para beber água e, com o fundo distante, há possibilidade de pastagem ao redor da água fica degradada mais rapidamente e também de o gado, ao caminhar distâncias maiores várias vezes ao dia, perder peso em vez de engordar.
O agrônomo ensinou também que os piquetes não devem ter cantos fechados, pois o gado evita lugares com esta configuração. O ideal é que sejam retangulares, abertos, para que o animal fique mais tranquilo com relação ao perigo de predadores por conta de seu instinto.
Passando pela parte de design dos piquetes, Wagner Pires apontou um caminho para o pecuarista intensificar aos poucos o seu manejo de pasto. Para sair de um contínuo para o alternado, o produtor deve mudar o gado de piquetes lado a lado, desde que tenham a mesma gramínea, com dez a 15 dias de descanso para cada pasto.
A próxima etapa é implementar o rotacionado, movendo o gado entre piquetes menores e estabelecendo um número de dias de pastejo e dias de descanso mínimo para cada área. O conselho de Pires para o rotacionado é que não haja gramíneas diferentes nem níveis diferentes de fertilidade do solo para que o desempenho dos lotes seja padrão.
No entanto, frisou Pires, “o rotacionado não faz milagre”. Por isso o especialista recomendou que toda a propriedade tenha entre 10% a 20% de pastos reservados para emergências, o que ele chama de pasto pulmão, que permite ao sistema rotacionado “respirar em momentos de restrição”, como veranicos, sem degradar a pastagem.
Outra alternativa para que não haja degradação é usar suplementação para o rebanho durante a seca ou comercializar os animais mais pesados, fazendo a reposição com animais mais leves, mantendo o número de cabeças, mas reduzindo a carga. Nesta opção, o confinamento seria alternativa de destino aos animais mais pesados para ajuste no acabamento de carcaça antes do abate, por exemplo.
Por fim, o consultor falou sobre a importância de manter árvores nos piquetes para reforçar o bem-estar dos animais pelo conforto térmico, necessário em um país tropical, com temperaturas altas, como o Brasil.
Veja o 7º episódio do quadro Pastagem de A a Z no vídeo abaixo: