O produtor Ricardo Ribeiro tem dúvidas sobre o aproveitamento do Capiaçu que ele plantou no sul de Minas Gerais.
“Tenho um talhão de Capiaçu que está ficando ‘passado‘. Com 180 dias de rebrota, este capim está com cinco metros de altura e ficando com talo e folhas cada vez mais secos. Iniciei o processo de ensilagem dele com inoculante e fubá de milho, mas estou com receio de investir tempo e dinheiro em uma silagem de baixa qualidade nutricional ou até mesmo que ela possa ser rejeitada pelo gado de corte”, comentou em mensagem enviada ao Giro do Boi.
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“Tenho outro talhão de Capiaçu de primeiro corte que está com 120 dias e com dois metros de altura, mas que sofreu muito com a geada desta semana. O planejamento para este capim era servi-lo fresco no cocho picado com cana-de-açúcar. Como parece estar morrendo, devo ensilá-lo rápido ou corro o risco perder o investimento no silo em função do apodrecimento das folhas ‘queimadas’ pela geada?”, questionou.
O pecuarista Tiago Felipini, zootecnista e consultor na Alcance Planejamento Rural, fez suas recomendações para que o produtor possa contornar sua situação. Segundo o especialista, “o Capiaçu está sendo muito usado em São Paulo também”. “O pessoal tem usado ele como fonte de volumoso e tem se dado bem, pois ele é uma excelente fonte de volumoso”, informou.
“Esses dois talhões vão servir para você como fonte de fibra. Você pode usar, sim, você pode cortar, servir no cocho, você pode até ensilá-los, mas a qualidade desse capim vai ser muito baixa”, advertiu o consultor.
Felipini disse como o pecuarista pode melhorar o aproveitamento da forrageira que já está com sua qualidade nutricional comprometida. “É interessante se você tiver uma fonte de proteína e energia para complementar a sua dieta. Agora servi-los de forma exclusiva como alimento para o gado, o resultado do desempenho vai ser baixo porque a quantidade de fibra está muito alta. E esse capim do segundo talhão que sofreu a geada também, ele praticamente morreu, está queimado, então ele perdeu muita energia, perdeu muita proteína. Você vai ter uma concentração grande de fibra desse volumoso”, reforçou.
O zootecnista apontou também que o pecuarista pode aproveitar o capim como fonte de matéria orgânica para o solo. “Então a recomendação é para que você use somente como fonte de fibra e o que você não usar, você pode estar fazendo corte de meio metro de altura para baixo, se possível rente ao solo, e desprezar esse material na própria área dos talhões, da capineira, porque essa palhada que vai acumular vai servir como fonte de matéria orgânica na hora de decompor num período mais quente, mais chuvoso, e depois libera nutrientes para a capineira rebrotar e se recompor”, sugeriu.
O especialista também deu dicas para que o produtor não deixe o Capiaçu passar do ponto na próxima safra. “Procure estar fazendo corte, a ensilagem, o fornecimento desse material quando esse capim atingir, no máximo, dois metros de altura. A partir de 1,80 m você pode estar usando como fonte de volumoso de alta qualidade”, concluiu.
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Se você tiver dúvidas a respeito de produção de silagem ou nutrição, de modo geral, envie sua pergunta para o especialista no link do Whatsapp do Giro do Boi, pelo número (11) 9 5637 6922 ou ainda pelo e-mail girodoboi@canalrural.com.br.
Pelo vídeo abaixo é possível ver na íntegra as dicas do zootecnista sobre o uso do Capiaçu na nutrição do gado de corte: