Comércio de carnes com valor agregado teve crescimento em 2018

Mesmo com uma recuperação econômica ainda tímida no Brasil, categorias de carne bovina de qualidade superior não encontraram dificuldades com vendas no ano passado

Embora a recuperação econômica do Brasil, e do poder de compra dos brasileiros, portanto, ainda seja tímida, a participação de carnes com valor agregado teve crescimento e participação importante no mix de vendas da proteína vermelha em 2018. Foi o que disse nesta terça, 22, ao Giro do Boi o zootecnista Fábio Dias, diretor da JBS na área de relacionamento com o pecuarista.

“35% do volume de vendas da JBS (em 2018) já foi composto por produtos de valor agregado e produtos de melhor qualidade. Esta é uma tendência inexorável. A gente não pode perder isto de vista, o sinal do consumidor. Se tem uma categoria de carne que não teve dificuldade para ser colocada e que teve aumento nas vendas foram os produtos de valor agregado”, revelou Dias.

Marcas de carnes de qualidade superior como Reserva, Do Chef e 1953 tiveram desempenho satisfatório no mercado interno, o que deve se manter para este ano.“Cresceram bastante e a gente projeta para 2019 um crescimento de mais 15% neste grupo de marcas. Então o produtor tem que estar ligado nisso”, acrescentou o diretor de relacionamento com o pecuarista.

Além do desempenho das categorias de valor agregado no mercado interno, destaque também para o comércio exterior da carne bovina brasileira. Embora os embarques tenham batido recorde, a exigência dos principais países importadores do nosso produto cresceu.

“A gente teve agora uma importância muito grande da exportação em 2018 e agora para 2019 está prometendo ainda mais. […] Isso é uma realidade, os grandes mercados para os quais a gente está exportando estão nos exigindo que os animais não ultrapassem os 30 meses e isso criou uma dificuldade adicional porque se você consegue corrigir acabamento com confinamento, ainda que tardio, com uma excesso de grão no final do processo de recria, agora você tem que fazer uma coisa antes porque você tem que tirar um ano da era. Não adianta ter um animal com bom acabamento, mas com três anos e meio, quatro anos de idade”, detalhou.

Além da qualidade da carne, a exigência pela redução da idade de abate ocorre para mitigação de um risco sanitário de Encefalopatia Espongiforme Bovina, ou BSE pela sigla em inglês.

Para auxiliar o pecuarista a se manter ativo em mercados de valor agregado, seja interno ou externos, Fábio Dias adiantou que a indústria seguirá com projetos como as campanhas de conscientização de vacinação correta contra aftosa (Vacina, peão!), sobre a importância da espera do período de carência de medicamentos, como a ivermectina, e de intensificação da gestão, como foi no ano passado com a parceria para o lançamento do livro Como Ganhar Dinheiro na Pecuária – Os Segredos da Gestão Descomplicada, escrito pelo zootecnista e consultor Antônio Chaker.

Confira os detalhes e a entrevista completa de Fábio Dias ao Giro do Boi desta terça, 22:

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