Brasil Central continua seco enquanto chuvas se concentram ao Norte e Nordeste

Meteorologista do Inmet apontou ainda que Região Sul já tem noites típicas de transição outono-inverno, com madrugadas frias que produzem geadas

“Ainda continua muito seco parte Central do Brasil, principalmente ao norte de São Paulo e maior parte de Mato Grosso do Sul”, disse logo no início de sua participação na previsão do tempo que foi ao ar no Giro do Boi desta sexta, 14, o meteorologista e doutor em ciência ambiental pela USP Marcelo Schneider, coordenador regional do Inmet, o Instituto Nacional de Meteorologia, órgão vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

“A umidade do solo mostrava agora para esta sexta-feira áreas bastante críticas. Essa área em vermelho, na parte mais central entre São Paulo, norte e interior, Mato Grosso do Sul e também algumas áreas entre Minas e Bahia, mas principalmente essa área do interior de São Paulo, com pouca umidade no solo em virtude da chuva que faltou já no ano passado e esse ano também teve pouca chuva. E temperaturas, via de regra, que ficaram acima da média. Nos últimos dois ou três meses teve um pouco mais de algumas massas de ar frio, mas, em geral, as temperaturas ficaram acima da média nos últimos meses”, detalhou Schneider.

Enquanto isso, a chuva segue contida na metade superior do País. “Chuva que continua ainda na parte Norte do Brasil, principalmente entre Norte e Nordeste, […] já mostrando áreas de instabilidade vindas do Oceano Atlântico, que trouxeram bastante chuva para a parte litorânea entre Sergipe, norte de Alagoas, principalmente Pernambuco, Paraíba, beirando o Rio Grande do Norte, Ceará e essas áreas do Nordeste do País”, observou.

O especialista projetou que ao final de maio, alguma formação de chuva e também uma massa de ar frio mais intensa possam incidir sobre a região mais central do País. “Tendência da oscilação de Madden-Julian, que é importante para as chuvas na área central e também para formação de ciclones no Sul. Novo evento ativo deve passar agora no final do mês, então esse final de mês de maio, principalmente junho, essa parte em azul que significa instabilidade, deve chegar e ajudar na formação das chuvas e também passagem de uma forte massa de ar frio para o final de maio, principalmente na primeira semana de junho”, disse.

Conforme destacou o meteorologista, a Região Sul já tem comportamento típico de outono-inverno, com frio noturno que acarreta em geadas. “Sexta tem umidade nessa parte mais azulada, ao Norte do País, e ainda fica seco ali no Sul, principalmente entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina, onde vem acontecendo algumas geadas até o limite sul do Paraná […] em função das noites longas de outono e inverno. Nós já temos características de outono-inverno no Sul, noites frias, madrugadas em que nas áreas mais altas têm acontecido algumas geadas”, constatou.

“Tem um reforço de ar frio do final de segunda para terça-feira, como vínhamos mencionando. Terça-feira, dia 18, tem uma frente fria passando rapidamente, que já chega nesta segunda, mas terça já produz uma queda bem acentuada na temperatura de novo entre Rio Grande do Sul e sul e leste de Santa Catarina. Essa parte avermelhada significa ar bastante seco, então vai traduzir novamente em bastante frio nas madrugadas, principalmente terça, quarta e próxima quinta”, antecipou.

A onda de frio, no entanto, deve ficar restrita ao Sul do País. “Vai ter pouco impacto nessa área central, onde deve permanecer com temperaturas um pouco mais amenas e até elevadas no período da tarde. Então a área Central tem pouca mudança”, frisou.

Pelo vídeo abaixo é possível assistir a previsão do tempo completa que foi ao ar nesta sexta, 14:

Foto ilustrativa: Reprodução / ICMBio

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