DINAPEC 2025

Boi sustentável no cocho: como DDG e WDG estão encurtando o ciclo de abate

Aproveitar coprodutos e resíduos industriais na alimentação do gado no cocho não só reduz custos, mas também acelera o abate e impulsiona a sustentabilidade da pecuária. Assista ao vídeo

Boi sustentável no cocho: como DDG e WDG estão encurtando o ciclo de abate
Boi sustentável no cocho: como DDG e WDG estão encurtando o ciclo de abate

Pecuaristas, a busca por uma pecuária mais eficiente e sustentável passa diretamente pela alimentação do gado confinado. O uso de coprodutos como o DDG e o WDG e resíduos industriais na dieta dos animais está revolucionando o setor, diversificando os ingredientes e encurtando o ciclo de abate, além de contribuir para a mitigação de gases de efeito estufa. Quer saber como otimizar a dieta do seu gado e contribuir para um “boi sustentável no cocho”? Assista à reportagem completa abaixo!

Durante a Dinapec 2025, realizada pela Embrapa Gado de Corte, em Campo Grande (MS), o Fórum Pré-COP discutiu alternativas na alimentação do gado que prometem melhorar a conversão alimentar e imprimir maior sustentabilidade.

O professor Luciano Cabral, da UFMT, foi um dos destaques, explicando o papel crucial desses novos ingredientes. 

Coprodutos como o DDG e WDG: aliados da rentabilidade e do meio ambiente

O cenário atual do uso de coprodutos na alimentação animal é de crescimento e valorização. Luciano Cabral destaca que os coprodutos da produção de biocombustíveis, como o etanol de milho e o biodiesel, têm um papel central.

Eles são gerados a partir de biomassa renovável, o que já confere um menor impacto ambiental.

Exemplos de coprodutos que estão ganhando espaço:

  • Torta de algodão e caroço de algodão: Resíduos da produção de biodiesel.
  • DDG (Dried Distillers Grains) e WDG (Wet Distillers Grains): Coprodutos da produção de etanol de milho, que revolucionaram o mercado de ingredientes para nutrição animal no Brasil.

A utilização desses coprodutos traz benefícios duplos:

  • Redução de custos: Possibilita produzir carne com um custo menor, já que esses ingredientes têm um valor comercial agregado competitivo.
  • Sustentabilidade: Alguns desses coprodutos possuem compostos fenólicos que podem manipular a fermentação ruminal, culminando em menor emissão de metano pelos animais. Uma estimativa simples mostra que a inclusão de 7% a 15% de torta de algodão, caroço, ou mais de 20% de DDG na dieta poderia reduzir as emissões de metano em cerca de 9% a 10%, um resultado expressivo com baixo custo.

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Encurtando o ciclo e elevando a eficiência

Bovinos em área de confinamento. Foto: Reprodução

A pecuária brasileira tem avançado muito na redução da idade ao abate e na eficiência dos sistemas produtivos.

A diversificação da dieta com coprodutos é um dos fatores que contribuem para isso. Esses ingredientes permitem um melhor aproveitamento dos nutrientes, resultando em:

  • Melhor conversão alimentar: O gado transforma mais eficientemente o alimento em carne.
  • Redução do ciclo de confinamento: Os animais atingem o peso de abate em menos tempo.
  • Redução da idade ao abate: Contribui para a produção de animais mais jovens e com carne de melhor qualidade.

O Brasil possui uma agricultura pujante que gera uma grande quantidade de resíduos que, com valor agregado, se transformam em valiosos coprodutos para a nutrição animal.

A expectativa é que a produção de biodiesel e etanol de milho continue crescendo nos próximos 10 anos, duplicando a oferta de DDG e WDG, o que trará ainda mais benefícios para a pecuária.

O papel essencial do ruminante e a comunicação da sustentabilidade

O animal ruminante tem um papel fundamental, quase “milagroso”, no ecossistema. Ele é capaz de converter biomassa vegetal (celulose, hemicelulose, lignina) – que não é digerível para humanos, aves ou suínos – em proteína animal de alta qualidade, como carne e leite.

Essa capacidade única do ruminante o torna um “limpador” e “catalisador” de outras cadeias produtivas.

Essa parceria de longa data entre o ser humano e os ruminantes, que remonta a milhares de anos, é essencial para a prosperidade humana.

É crucial que essa mensagem seja comunicada amplamente, especialmente em eventos como a COP, mostrando ao mundo a sustentabilidade da pecuária brasileira e o compromisso com a redução do impacto ambiental.

O ser humano, por sua evolução, é onívoro e precisa consumir proteína animal para uma dieta completa. O Brasil tem a capacidade de produzir essa carne com muita eficiência e compromisso com a sustentabilidade, utilizando estratégias como o uso inteligente de coprodutos para um verdadeiro boi sustentável no cocho.

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