O médico veterinário Fernando Loureiro participou do Giro do Boi desta quinta, dia 30, para atender o produtor Rômulo Silva, de Lins, interior de São Paulo.
Silva contou em mensagem ao programa que trabalha com 500 cabeças em um confinamento e quer saber se a água do bebedouro artificial é melhor do que a servida para os animais direto não açude, a aguada natural.
“Com absoluta certeza, sim!”, confirmou Loureiro.
“Os animais que bebem diretamente no açude, na aguada natural, na lagoa, na represa, num rio, acabam adentrando nessa represa, nesse açude, e revolvendo (o fundo) todas as vezes que eles vão beber água. Eles entram no açude e revolverm o fundo, eles levantam o lodo, o barro depositado no fundo e, junto com ele, o estrume dos animais, a urina, restos de carcaças de pequenos animais silvestres da região, como peixe, jacaré”, ilustrou Loureiro.
O veterinário indicou que o produtor deve servir a água no bebedouro ainda que a água seja a mesma captada no açude, só que de sua superfície, o que já evita a maior parte da sujeira.
“Seria interessante você estar sempre se preocupando em servir, mesmo que seja a mesma água que você tem no açude, mas bombeada para um bebedouro artificial, em que os animais não entrem. Você passa a ter a gestão, a possibilidade de administrar a limpeza desses bebedouros com uma determinada frequência”, justificou.
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E qual a frequência recomendada para a lavagem dos bebedouros do confinamento? “Em confinamento, a gente sugere e gostaria que fosse diária essa limpeza, mas pelo menos a cada dois dias, dia sim, dia não, para limpar o bebedouro e remover aquela sujeira toda de dentro, a famosa matéria orgânica, que é o resto de silagem, de farelo do concentrado, a questão de sujeiras, crescimento de alga e de lodo dentro do bebedouro”, ressaltou.
O veterinário lembrou do estudo, já citado em outra participação sua no programa, que analisou os impactos do consumo de água limpa em animais confinados. “O animal bebendo uma água sempre pura, transparente, livre de sujidades, vai poder consumir melhor o trato que você serve no cocho do confinamento e vai apresentar melhor desempenho. Esse maior desempenho pode representar 280 gramas por animal por dia de ganho adicional por estar bebendo uma água limpa, de um bebedouro lavado frequentemente”, quantificou.
Veja mais detalhes do estudo no link a seguir:
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“Fique atento para servir uma melhor água no seu confinamento. Você já está confinando 500 animais, você vai ter um desempenho muito superior se você puder adaptar o quanto antes ao seu sistema de produção, ao seu manejo, o oferecimento da água para os animais em bebedouros artificiais. Todos os estudos apontaram mais vantagens quando comparado com aguadas naturais de açudes, de lagoas”, concluiu Loureiro.
Qual é a sua dúvida sobre qualidade da água para gado de corte? Envie para o Whatsapp do Giro do Boi, pelo número (11) 9 5637 6922 ou ainda pelo e-mail girodoboi@canalrural.com.br.
A resposta completa do especialista está disponível no vídeo a seguir: