Cuidado com o “Boi Ladrão”, o animal que come e não engorda

A estimativa de estudos recentes desenvolvidos por Mateus Paranhos, uma das maiores autoridades em pesquisas sobre bem estar animal do Brasil, é que mais de um milhão de cabeças de gado confinado neste ano estejam causando prejuízo ao pecuarista

A estimativa de estudos recentes desenvolvidos por Mateus Paranhos, uma das maiores autoridades em pesquisas sobre bem estar animal do Brasil, é que mais de um milhão de cabeças de gado confinado neste ano estejam causando prejuízo ao pecuarista

O termo “Boi ladrão” é bastante conhecido entre os pecuaristas que trabalham com o confinamento. Trata-se de um animal que consome tanto quanto os demais do mesmo lote, porém não consegue converter o alimento em carcaça, ou seja, não ganha peso. Esse foi um dos temas da entrevista do professor a FCAV/Unesp Mateus Paranhos, zootecnista e especialista em comportamento animal, ao Giro do Boi desta quinta-feira, 10.

Na ocasião, Paranhos compartilhou informações sobre um estudo que vem desenvolvendo há mais de 10 anos, cujos resultados parciais apontam que 36% do rebanho brasileiro têm acolhido esse “ladrões” no cocho.

De acordo com os números da Associação Nacional de Pecuária Intensiva (Assocon),  há uma previsão de que mais de 4 milhões de cabeças sejam confinadas em 2017, o que representa cerca de 13,5% a mais na comparação com dados do ano passado. Contabilizando os números, é possível estimar mais de 1 milhão de animais que se enquadram como “Boi Ladrão”, estejam causando prejuízos aos pecuaristas.

De acordo com o especialista, entre as causas para o prejuízo com o “Boi Ladrão”, podem estar a genética disseminada nos rebanhos e a falta de cuidados para a adaptação do gado que segue para o cocho. Os pecuaristas, em sua maioria, não levam os animais para a fase de pré-confinamento, que pode durar até 15 dias. “Sempre quando for possível fazer o período de pré adaptação, que dura duas semanas, o resultado é muito bom. Nessa fase de adaptação, há um  benefício  econômico direto. O ganho médio por dia dos animais (adaptados) foi superior aos daqueles que não passaram por essa prática”, explica o especialista.

Confira a entrevista completa no vídeo.

 

 

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