A redução de gases de efeito estufa no rebanho bovino é o caminho que o setor de produção de carne tem de seguir daqui para frente. Nas fazendas, por exemplo, isso já começa com uma produção mais acelerada.
Quanto menos tempo o boi ficar no pasto, menos metano o animal emite. Essa tarefa, no entanto, exige maior investimento em tecnologia. E já está dando resultados.
Em Mato Grosso, os pecuaristas conseguiram reduzir em 16 meses a idade de abate dos animais. Casos como esse se espalham pelas regiões de produção de bovinos no País.
Por incrível que pareça, são os pequenos e médios produtores que estão liderando essa mudança na pecuária nacional. É a avaliação do engenheiro agrônomo Maurício Palma Nogueira, da Athenagro.
O especialista é o idealizador do Rally da Pecuária, a maior expedição privada sobre o desempenho da produção de bovinos de corte no País.
“Quais são as fazendas mais produtivas? Chegamos a um número bem interessante. O perfil de pequeno e médio produtor é o maior no uso de altas tecnologias. Quer dizer, é muito viável para o pequeno produtor. Ele tem de ter cuidado redobrado. Por ter um orçamento menor, ele não pode errar e não pode desperdiçar dinheiro”, diz Nogueira.
O especialista foi um dos palestrantes no Fórum Metano na Pecuária, realizado no início de maio. O evento discutiu as estratégias e as tecnologias para a redução das emissões deste gás de efeito estufa relacionado à produção de bovinos no Brasil e no mundo.
Redução de idade de abate
A redução de idade de abate é crescente no rebanho brasileiro. Além de reduzir a idade, o pecuarista está conseguindo abater bovinos cada vez mais pesados.
“Isso faz com que esse animal passe menos emitindo carbono e vai produzir uma maior quantidade de carne”, diz Nogueira.
Outro ponto de destaque na produção de bovinos na fazenda é que o próprio manejo adequado com as pastagens também favorece o sequestro do carbono emitido pelo animal.
“Quanto mais o pecuarista investir e tratar o pasto como uma cultura agrícola, a tendência que todo aquele capim, todo aquele volumoso remova a maior parte dos gases, criando saldos positivos”, diz o especialista.
Caminho para a rentabilidade
Mais carbono no solo, significa, no futuro, mais rentabilidade para o produtor rural, no final das contas. Foi justamente isso que transformou as terras do Cerrado brasileiro.
“Quanto mais a gente conseguir reter o carbono no solo, mais dinheiro a fazenda tende a dar”, diz Nogueira.
Essa deposição de carbono foi o principal item que fez o solo dessa região registrar índices de produção e produtividade que jamais seriam imaginados.