Até que ponto o produtor rural conhece o seu solo e é capaz de extrair o máximo de produção com sustentabilidade deste que é considerado o seu maior patrimônio? Nesta segunda, 07, o engenheiro agrônomo esalqueano Thales Facanali Martins, gerente de desenvolvimento da Agrivalle, foi convidado a responder a questão no Giro do Boi pelo ensejo do Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrando no dia 05 de junho, último sábado.
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O agrônomo alertou para os malefícios do sistema de produção convencional utilizado à exaustão sobre determinada área. “Hoje temos vasto conhecimento sobre a estrutura química e física do solo e somos totalmente capazes de fazermos recomendações assertivas para o seu manejo, tanto físico quanto químico. Porém, uma das maiores preocupações da academia é pesquisar sobre a atividade biológica do solo porque hoje, com o nosso sistema intensivo de produção em que a baixa rotação de culturas é empregada comumente – o uso soja/milho e soja/milho, em que eu tenho baixas interações e baixas inserções de outras culturas no meu sistema – cada vez mais eu estou selecionando microrganismos maléficos, no caso patogênicos, e, no caso, fitonematoides específicos para aquela cultura”, advertiu.
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O especialista indicou que o produtor pode reforçar a estrutura de seu solo agregando vida a ele. “Nesse cultivo intensivo eu estou selecionando cada vez mais esses microrganismos fitopatogênicos, que vão causar doenças ou outros problemas na cultura. Assim, a capacidade de regeneração do solo depende de um mecanismo externo, que é colocar, sim, a parte dos bioinsumos na sua atividade, onde eu possa agregar cada vez mais diversidade microbiana para esses microrganismos lutarem, competirem e estarem no meu sistema de forma integrada, sendo capazes de controlar eficientemente todos esses problemas, que são comumente ocasionados por essas práticas”, observou Martins.
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“Eu vou estar empregando uma vida que vai gerar outra vida de uma forma mais eficiente. Esse uso são os bioinsumos. Os bioinsumos nada mais são do que controle biológico, os nematicidas, fungicidas, inseticidas biológicos, que têm a sua capacidade de se estabelecer na cultura aliados também a bioestimulantes orgânicos, que vão estimular essa vida. Então hoje conceito de regeneração do solo nada mais é do que propiciar vida através de vida, controlando de forma eficiente, eficaz e sendo empregado no manejo de forma sustentável, onde eu preservo o que é o meu maior patrimônio, o patrimônio que vai ser passado para filhos e netos, que é o solo”, observou.
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Veja a participação do engenheiro agrônomo esalqueano Thales Facanali Martins, da Agrivalle, no Giro do Boi desta segunda, 07: