EFICIÊNCIA NA CRIA

Bezerro desmamado mais leve que a metade do peso da mãe? Evite isso

Evite prejuízos: investir na fase pré-desmame garante eficiência e economia na recria. Assista ao vídeo

Bezerro desmamado mais leve que a metade do peso da mãe? Evite isso
Bezerro desmamado mais leve que a metade do peso da mãe? Evite isso

Na pecuária de corte, o momento da desmama é decisivo para o futuro do rebanho e do seu bolso. Segundo o professor Júlio Otávio Jardim Barcellos, da UFRGS e coordenador do NESPro, não é aceitável desmamar um bezerro com menos de 50% do peso da vaca. Assista ao vídeo abaixo e entenda.

Essa prática compromete a eficiência do sistema, eleva os custos e prejudica a rentabilidade da produção.

Bezerros desmamados abaixo do peso ideal exigem maior intervenção nutricional na recria, com suplementação mais cara e manejo mais intenso.

O resultado? Menos arrobas produzidas por real investido e um sistema mais caro e menos sustentável. Para o especialista, o segredo para evitar esse cenário está em investir desde cedo no desempenho do animal na fase de cria.

Pré-desmame forte, recria mais barata

Bezerros em fase de desmama no curral. Foto: Reprodução

Barcellos alerta que, quanto melhor o desempenho na pré-desmama, menor será a necessidade de medidas corretivas na recria.

É nessa fase inicial que o criador pode garantir bezerros mais pesados, mais saudáveis e prontos para ganhar peso com eficiência, sem depender de estratégias caras, como confinamento precoce ou suplementações prolongadas.

Dois indicadores são fundamentais nesse processo:

  • Peso médio ao desmame: deve ser de pelo menos 50% do peso da mãe;
  • Taxa de desmame: mede a proporção de bezerros desmamados por vacas expostas à reprodução.

Esses indicadores estão diretamente ligados à eficiência produtiva e ao custo por quilo de animal produzido.

Genética, suplementação e sanidade: os pilares da cria eficiente

Para o especialista, o novo ano pecuário, iniciado em julho, é o momento ideal para reorganizar a estratégia da fazenda. E a receita do sucesso passa por três pilares:

  1. Genética apurada: escolha touros e matrizes com desempenho comprovado;
  2. Boa suplementação: invista em nutrição estratégica, principalmente no pré-desmame;
  3. Sanidade impecável: rebanho saudável cresce mais e custa menos.

Com esses cuidados, é possível produzir mais arrobas com menos investimento, garantindo maior retorno e sustentabilidade ao longo do ciclo produtivo.

Desmame é o ponto de virada no sistema de cria

Bezerros de corte em área de curral. Foto: Reprodução

Apesar de a terminação estar cada vez mais técnica, é no desmame que se define a base da produtividade.

Bezerros mais pesados ao desmame iniciam a recria em vantagem e chegam mais cedo ao peso de abate. Já animais fracos atrasam todo o processo e consomem mais recursos, o que prejudica o fluxo de caixa e compromete o planejamento da fazenda.

Para evitar esse erro, o criador deve se antecipar. Avaliar o peso dos bezerros, revisar a alimentação das matrizes e corrigir deficiências antes que elas comprometam o próximo ciclo.

Investir na cria é garantir lucro no futuro

Lote de vacas com bezerro ao pé. Foto: Reprodução/Agropecuária Maragogipe

Conforme reforça Barcellos, a eficiência da recria nasce na qualidade do bezerro desmamado. Um animal bem desenvolvido economiza no cocho, no manejo e no tempo de engorda.

O criador que acompanha de perto o desempenho do seu rebanho desde o nascimento colhe os resultados na fase final, com mais rentabilidade e previsibilidade.

Em resumo, não desmame bezerro fraco. Use a desmama como estratégia para impulsionar todo o sistema produtivo. Afinal, produzir arroba barata começa no berço.

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