
Ter um gado saudável dentro do confinamento exige mais do que boa nutrição ou genética apurada. O bem-estar animal, quando colocado como prioridade, impacta diretamente nos resultados da engorda, na qualidade da carcaça e até na segurança alimentar. Assista ao vídeo abaixo e confira os detalhes das boas práticas na pecuária intensiva.
Essa foi a mensagem central da entrevista com os médicos-veterinários Carlos de Oliveira e Everton Andrade, especialistas em Bem-Estar Animal da Friboi, no especial “Confinamento 2025”, do programa Giro do Boi.
Eles reforçam que, sem um manejo calmo e racional, todo o investimento em genética e alimentação pode ser comprometido.
“O animal saudável devolve ao produtor o investimento feito, com melhor acabamento e peso”, explica Carlos.
Segundo Everton, o respeito ao bovino começa desde o desembarque, passa pela adaptação, e segue até o embarque para o frigorífico.
“Quando essas etapas são bem feitas, o boi rende mais e com menos risco”, diz Everton.
Boas práticas no confinamento começam com conhecimento
A Friboi, junto com o Grupo ETCO e pesquisadores como Mateus Paranhos, lançou uma cartilha com boas práticas de manejo em confinamento.
O material está disponível gratuitamente nos sites do Giro do Boi e da Friboi, com orientações claras sobre como receber, adaptar, cuidar e embarcar os animais de forma ética e eficiente.
Essas orientações envolvem desde a leitura de sinais comportamentais até o respeito ao tempo de carência de medicamentos.
“Essa cartilha é uma ferramenta prática que ajuda desde o pequeno ao grande pecuarista”, diz Everton.
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Uso de medicamentos: cuidado redobrado com a carência
Um dos alertas mais sérios trazidos pelos veterinários é sobre os resíduos de medicamentos veterinários, principalmente antiparasitários.
Muitos pecuaristas aplicam produtos de longa carência em animais prestes a entrar no confinamento, sem se atentar ao período até o abate.
“É essencial que o produtor saiba exatamente o nome comercial do medicamento, o prazo de carência e anote a data da aplicação”, orienta Carlos.
Segundo ele, há vermífugos com mais de 180 dias de carência — ou seja, se aplicados no animal que vai ao confinamento por apenas 90 dias, o problema é certo.
Everton alerta ainda que esse descuido pode impactar a exportação de carne, com países rejeitando lotes brasileiros por presença de resíduos acima do permitido.
“É questão de saúde pública e de imagem do nosso setor”, diz Everton.
Comunicação entre produtor e boitel é indispensável
Em sistemas como os boitéis da Friboi, que recebem animais de até 40 fornecedores diferentes, a comunicação clara entre o produtor e o confinamento é vital.
“O pecuarista precisa informar se aplicou vermífugo, qual foi, e se o prazo de carência já foi cumprido”, diz Everton.
Essa transparência evita reaplicações desnecessárias, problemas metabólicos e garante que o animal passe pela fase de engorda com a saúde em dia.
“Cuidar disso é respeito com o animal, com o consumidor e com toda a cadeia produtiva.”
Bem-estar é produtividade
Ao final, os veterinários reforçaram que o bem-estar animal não é modismo nem imposição externa. É uma exigência da produtividade moderna, da qualidade da carne e da rentabilidade no confinamento.
“A gente não fala só de técnica, mas de responsabilidade com o boi, com o consumidor e com o mundo”, conclui Carlos.
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