“Nós não conseguimos fazer manejo sem divisão de pasto”, resumiu o engenheiro agrônomo, pós-graduado em pastagens pela Esalq-USP e consultor do Circuito da Pecuária Wagner Pires no sétimo episódio da série “Pastagem de A a Z”.
Veja os principais pontos para fazer divisão de pasto na fazenda:
1 – Mapa: é o ponto de partida para dividir a fazenda em piquetes. Atualmente, ferramentas como Autocad ou Google Earth podem concluir a tarefa com relativa precisão;
2 – Distâncias: a água não pode estar em uma distância superior a 600 m do fundo do piquete. Se a distância for superior a esta, dois problemas principais se apresentam: sobra pasto no fundo e falta perto da água ou os animais têm de caminhar muito. “Não vamos deixar o gado caminhar”, o que pode levar à perda de peso, alertou Pires;
3 – Formato: dividir os pastos em retângulos ou quadrados, o mais abertos possível. Cantos fechados “geram insegurança no gado. […] Quanto mais quadrado for, melhor”, indicou.
4 – Não misturar gramíneas;
5 – Não ter níveis diferentes de fertilidade na fazenda;
6 – Reservar 10% a 20% para um pasto pulmão para os momentos de veranico. Neste caso, como é para emergências, este pasto pode até sofrer um pouco mais que os demais do rodízio regular para dar tempo até que as chuvas voltem e eles se recuperem;
7 – Preparar uma estratégia de suplementação para a entressafra ou, comercializar os animais mais pesados (como enviar para um boitel, por exemplo) para livrar a carga sobre as pastagens;
8 – Manter os piquetes arborizados. “Nas horas mais quentes do dia, o gado tem que ter um lugar sombreado de baixa temperatura para que ele possa descansar e ter boa ambiência. Se ele começa a ter estresse térmico, ele queima caloria, e é isso que nós não queremos”, disse o agrônomo.
9 – Entender que não precisa intensifica toda a fazenda de uma vez. O produtor que fizer pastejo contínuo deve entender que sua lotação deve ser menor porque os animais vão exigir mais do pasto em uma mesma área. A próxima etapa da intensificação seria o pastejo alternado, em que os animais podem mudar de piquetes lado a lado de dez em dez ou quinze dias. Depois disso, ele pode passar para o rotacionado partindo de, por exemplo, quatro piquetes, passando para seis, oito, e assim por diante. “É importante fazer a adequação do número de dias que nós queremos utilizar o pasto e queremos dar de descanso do rebanho”, avisou.