Após retomada em 2017, Brasil já insemina 12% das fêmeas de corte

Segundo presidente da Asbia, 2017 foi o ano da retomada para as vendas de sêmen. Até 2020, entidade estima que Brasil passará dos 20% de vacas de corte inseminadas

Nesta sexta, 30, o Giro do Boi recebeu em estúdio o presidente da Asbia, a Associação Brasileira de Inseminação Artificial, Sérgio Saud, para falar do desempenho do mercado nacional de vendas de sêmen. Em 2017, depois de um primeiro semestre de queda, houve recuperação que culminou em um crescimento de 3,5%, sendo 0,6% de evolução nas vendas de sêmen de raças de corte.

“Passamos para a casa dos 12,134 milhões de doses vendidas, um crescimento bastante expressivo diante de todo o cenário. A gente vinha de dois anos de queda, 2015 e 2016 foram difíceis para o setor, mas 2017 foi o ano da retomada”, celebrou Saud em conversa com o apresentador Mauro Sérgio Ortega.

Dentro destes números, o presidente da Asbia listou os estados que mais se destacam no uso de inseminação artificial. “Nós temos o estado do Mato Grosso do Sul com praticamente 17% das fêmeas inseminadas, algo bastante considerável. O Mato Grosso também tem números bastante altos, acima de 15% de inseminação. O Rio Grande do Sul também flutua nesta faixa entre 15% e 17% de fêmeas inseminadas. E tem um destaque bastante grande, que quero chamar atenção, para estados como Tocantins e Pará, que já vêm inseminando em torno de 14% da população de fêmeas”, revelou Saud.

Os números foram apurados com mais precisão depois de um levantamento feito em parceria entre a Asbia e o Cepea Esalq/USP. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, o Brasil tem cerca de 83 milhões de fêmeas aptas à reprodução. Dentro deste universo, 57 milhões integram o rebanho de corte e outras 26 milhões o de leite. “Sabendo quantas fêmeas são passíveis à inseminação, eu divido pelo número de doses vendidas naquela região”, disse Saud, revelando como a Asbia passou a calcular o índice de inseminação artificial no Brasil.

Pelo novo cálculo, o executivo afirmou que será possível até mesmo ultrapassar a meta prevista pela Asbia para o ano de 2020, que é chegar os 20% de fêmeas inseminadas. Saud acredita que, na pecuária de corte, a porcentagem será, inclusive, ultrapassada. Atualmente, o Brasil insemina 12% de suas fêmeas de corte aptas à reprodução, estima a Asbia.

EXPORTAÇÃO

Além de ser um dos principais mercados consumidores de genética, o Brasil também está se consolidando como exportador, comentou Sérgio Saud. “O Brasil realmente firmou o pé como fornecedor de genética mundo afora. O principal mercado são os países de clima tropical, principalmente na América do Sul. E na pecuária de corte, o crescimento está sendo exponencial”, disse ao Giro do Boi.

Além do Nelore, Brangus e Braford também aparecem na lista das raças mais procuradas pelos importadores de genética bovina brasileira. “Com isso, a gente tem conseguido ganhar mercado, não só na América Latina, tanto a Central quanto a do Sul, mas também para países da África e da Ásia.

PRODUÇÃO DE CARNE DE QUALIDADE

Saud avaliou ainda a iniciativa da linha da carnes premium 1953, lançada recentemente no Brasil com uma proposta de incluir diversas raças taurinas e adaptadas como fornecedoras de carne com valor agregado. “É um trabalho extremamente oportuno, mostra a recuperação do mercado consumidor que busca carne de qualidade, ao mesmo tempo estimulando o pecuarista a investir mais, acreditar que vale a pena investir em tecnologia porque tem mercado”, declarou.

Veja abaixo a entrevista completa de Sérgio Saud ao Giro do Boi.

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