Quase assintomática em fases iniciais, mas com gravidade severa para os animais na fase mais aguda, a anemia infecciosa equina representa um problema significativo aos criadores. Isto porque a doença não tem tratamento ou vacina, sendo que a prevenção é a única forma de evitar contágio.
Com a infecção avançada, os animais apresentam febre alta, fraqueza, falta de apetite e perda notável do desempenho do trabalho ou nas competições, tratando e galopando com dificuldade e acelerando o processo de fadiga. Dependendo do grau da infecção, a morte pode vir a galope.
Nesta sexta, o Giro do Boi exibiu entrevista com o médico veterinário especialista em equinos Walnei Miguel Paccola, que tratou do tema. Segundo o especialista, o diagnóstico é feito via teste laboratorial e, em caso positivo, resta ao criador aceitar a situação.
“É realmente uma enfermidade complicada de se lidar no País, principalmente em função do tamanho do Brasil, das diferenças climáticas, diferenças geográficas. Existem áreas no Mato Grosso, região de pântano, no Pantanal mato-grossense, onde é sabido que existem áreas bem endêmicas. Até no Norte do país também tem locais onde a enfermidade aparece com uma certa frequência”, apontou.
Walnei alertou que a infecção é transmitida pelo sangue, portanto animais e insetos hematófagos são considerados vetores da doença.
Outra forma de contágio é o compartilhamento de materiais infectados, como agulha e material cirúrgico, de um equino contaminado com outro saudável. “Você não deve tirar sangue do cavalo com uma agulha e tirar o sangue de outro cavalo com a mesma agulha”, alertou.
“Tem regiões que a anemia é endêmica, então principalmente nessas regiões a gente jamais pode bobear com essas questões de higiene”, aconselhou.
Arte de Nicoli Dichoff, da Embrapa Pantanal, sobre prevenção à anemia infecciosa equina. Veja artigo completo sobre o tema no link a seguir: “Pesquisa comprova impacto da anemia infecciosa equina em cavalos pantaneiros“.
No fim das contas, sem tratamento ou vacina, o cavalo portador da doença deve permanecer isolado até o sacrifício.
“(O criador deve sempre) Buscar sempre questões de higiene, não ser promíscuo na questão de utilização de materiais que possam levar o agente, no caso agulhas, seringas contaminadas, porque você mesmo pode levar o agente (a um cavalo saudável). E combater as moscas, os mosquitos, principalmente, que são hematófagos. Então o mosquito pica e ele mesmo já leva para o outro cavalo”, reforçou.
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Assista a entrevista completa com o veterinário Walnei Miguel Paccola no vídeo a seguir: