ANCP completa 30 anos com avaliação de quase 3 milhões de animais

O Giro do Boi desta quarta, 25, recebeu em estúdio um dos fundadores do Programa de Melhoramento Genético da Raça Nelore (PMGRN), professor Dr. Raysildo Lôbo, médico veterinário e presidente da ANCP, a Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores, responsável pelo desenvolvimento do programa.

Em entrevista, Lôbo destacou os 30 anos desde a fundação do PMGRN, em abril de 1988. No entanto, o presidente da ANCP lembrou que as pesquisas que culminaram no lançamento do programa estavam sendo realizadas ao menos há 20 antes antes, com estudos feitos pelo Dr. Warwick E. Kerr, então professor do departamento de genética da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP.

“Todo começo é difícil. Quando em 1988 o programa foi oficialmente regulamentado, nós tínhamos cinco características e nós fomos pioneiros, entre muitas coisas, por encontrar por meio de pesquisas em 1994 o efeito materno em touros. E a gente discutiu com criadores e eles questionavam: mas o touro não dá leite! Sim, mas está no gene”, recordou Raysildo.

No entanto, segundo o veterinário, a ferramenta de melhoramento genético ainda precisa percorrer um caminho longo até ser democratizada para todo o rebanho nacional. “Quanto nós temos de touros avaliados? E avaliar é uma coisa, depois tem o touro aprovado. Nós temos entre 70 mil e 90 mil touros avaliados. É um número muito pequeno”, lamentou.

“O melhoramento genético é uma ferramenta pra aumentar a lucratividade do produtor. Sem o melhoramento genético, evidentemente, o produtor não tem essa lucratividade. Mas é preciso estar aliado à parte de nutrição, de manejo”, ponderou o presidente da ANCP.