
O rebanho bovino brasileiro somou 238,2 milhões de cabeças em 2024, de acordo com a Pesquisa Trimestral do Abate de Animais, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esse número é o segundo maior da série histórica, iniciada em 1974. No entanto, houve uma pequena queda de 0,2% em relação a 2023, ano em que o efetivo alcançou o maior volume já registrado.
Essa redução no rebanho, mesmo que pequena, já era esperada. A analista Mariana Oliveira, da PPM, explica que ela faz parte do ciclo pecuário. Nos últimos anos, o abate de fêmeas estava em alta por conta dos preços do bezerro e da arroba, o que desestimulou a retenção de vacas para reprodução. Essa estratégia de mercado, de vender as fêmeas em vez de mantê-las na fazenda, resultou na diminuição do efetivo.
A pesquisa também confirmou um dado impressionante: 2024 registrou o maior volume de abate de bovinos sob inspeção sanitária da história. Quase 40 milhões de cabeças foram abatidas. O abate de fêmeas, em especial, atingiu o ápice, com um aumento na proporção de animais mais jovens abatidos, principalmente as novilhas.
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Os gigantes do rebanho: estados e municípios
O IBGE também revelou o ranking dos estados com o maior rebanho. O Mato Grosso se manteve na liderança, com 32,9 milhões de animais, o que representa 13,8% do rebanho nacional. No entanto, o estado registrou um recuo de 3,6% em seu efetivo.
Já o Pará, com o segundo maior rebanho do Brasil, com 10,7% do total, se destacou como o único entre os cinco principais a apresentar um crescimento, com alta de 2,1%. Os estados de Goiás (9,7%), Minas Gerais (9,3%) e Mato Grosso do Sul (7,9%) completam a lista, e juntos, esses cinco gigantes concentram mais de 50% de todo o rebanho bovino do país.
O estudo ainda mostrou a força dos municípios brasileiros na pecuária. Um total de 5.537 cidades registraram a presença de gado. São Félix do Xingu, no Pará, segue como o líder nacional, com cerca de 2,5 milhões de cabeças. O ranking de liderança também inclui Corumbá (MS), Porto Velho (RO), Cáceres (MT) e Marabá (PA).
Produção em alta, olho no futuro
A leve queda no rebanho, acompanhada por um abate recorde, mostra a capacidade da pecuária brasileira de produzir mais carne com um número menor de animais. O abate de fêmeas jovens, em particular, indica que o mercado está aquecido e que o produtor tem aproveitado as oportunidades de venda.
Para o pecuarista, os dados do IBGE servem como um termômetro do mercado. A alta no abate de fêmeas pode indicar uma virada no ciclo de produção, com o setor se preparando para um cenário futuro de maior retenção de matrizes e, consequentemente, valorização do bezerro.
Estar atento a esses números é fundamental para o planejamento da fazenda. A pecuária é um ciclo, e entender o momento atual do mercado é o melhor caminho para tomar decisões mais inteligentes, seja na hora de vender ou de investir em genética e manejo.
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