Nesta segunda, 09, o Giro do Boi recebeu em estúdio o zootecnista e engenheiro de alimentos Daniel Carvalho, gerente de marketing da Genex, a antiga CRI Genética. Ele discorreu sobre o potencial produtivo do cruzamento terminal, que é destinado 100% ao abate depois de aproveitar ao máximo os índices zootécnicos e econômicos provocados pelo mero uso do choque de sangue.
Carvalho demonstrou que é possível que o pecuarista desfrute de 61 arrobas produzidas ao longo de 64 meses, sendo que, destas, 43 arrobas têm potencial para agregação de valor de até R$ 13/@ se comercializadas dentro de protocolos de carnes especiais, como a recém-lançada marca 1953, um benefício que se soma ao consequente aumento de arrobas produzidas que o sistema de alta produtividade oferece.
Leia também
+ Criadores de raças taurinas e adaptadas têm nova opção para escoar produção com valor agregado
Neste sistema produtivo, Daniel diz levar em consideração uma cria de vaca Nelore com Angus, a chamada F1, o descarte da vaca Nelore, o uso das matrizes F1 para mais um cruzamento terminal, o tricross, o descarte com valor agregado da matriz F1 e o abate de 100% dos animais tricross, também com potencial para captura de valor em programas de remuneração especial para qualidade.
“A gente aproveita toda a heterozigose, o potencial produtivo da fêmea F1 de emprenhar mais cedo. A gente fala que ela é mais prolífera, tem mais facilidade em reconceber do que a fêmea baia, a fêmea branca, por motivos fisiológicos. Como ela é taurina, tem Bos taurus no sangue, isso traz mais produção de leite e ela zela muito bem, cuida muito bem do bezerro, que sai com um peso adicional agregado”, disse o zootecnista.
Carvalho afirmou ainda que as contas que levam à produção de 61 arrobas ao longo de 64 meses partem de um sistema produtivo relativamente conservador. “A gente trabalho com um processo biológico, um ciclo produtivo que depende de animais que são seres vivos, então nunca acontece da noite para o dia. Obviamente a fazenda tem que estar preparada, ter recursos”, recomendou o zootecnista, listando como exemplos uso de tecnologias em suplementação, creep feeding e confinamento.
Veja abaixo as contas apresentas por Daniel para o desfrute de 61 arrobas em 64 meses:
Para alcançar os resultados exemplificados acima, o zootecnista indicou ao pecuarista definir objetivos, metas e desenhar um planejamento para alcançá-los. “O feijão com arroz é começar com meio-sangue. Trabalha com Angus em cima de Nelore, hoje a grande base nacional é baia, ou seja, é branca, é Nelore e anelorada, então trabalhar com meio sangue com essa base já é um ganho enorme, 100% de heterose para a gente colher o resultado produtivo disso. Essa fêmea F1, se durante esse período desde a inseminação, nascimento, desmama e puder cuidar desses machos e fêmeas, até lá dá tempo de preparar a fazenda para que a gente possa aproveitar esta fêmea no processo produtivo”, detalhou.
Veja o vídeo da entrevista completa de Daniel Carvalho ao Giro do Boi desta segunda 09.