Veterinário dá dicas para formular um bom calendário sanitário para bovinos

Confira quais as principais doenças, as formas de prevenir e a importância de identificar o animal que já passou pelo protocolo do calendário sanitário para bovinos

Nesta segunda, 31, o médico veterinário Daniel Rodrigues, gerente técnico de ruminantes da MSD Saúde Animal, concedeu entrevista ao Giro do Boi. Em pauta esteve a formulação de calendário sanitário para bovinos, apontando as principais doenças e como prevenir. Além disso, o especialista falou sobre a importância de identificar os animais que passaram pelo manejo.

Conforme analisou o especialista, como é difícil isolar os animais do convívio em grupo pela formação de lotes, o ideal é fazer a prevenção. “Nesse sentido, o conceito de vacina é realmente uma ferramenta importantíssima. Porque eles vivem juntos e vivem no mesmo ambiente, passando por desafios”, ressaltou.

BRUCELOSE

Em seguida, o veterinário falou sobre a brucelose no calendário sanitário para bovinos. A doença ganha importância à medida que prejudica não somente animais, como seres humanos. “Por isso é tão importante, principalmente na questão dos lácteos, do leite. Então devemos sempre tomar leite ou comer produtos derivados do leite que tenham inspeção do Serviço de Inspeção Federal (SIF), Estadual (SIE) ou até mesmo Municipal (SIM). Isso porque a brucelose tem um impacto muito grande na saúde pública hoje”, reforçou.

Nesse sentido, a boa notícia é que há uma nova tecnologia para controlar a brucelose. “A gente faz uma etapa da vida do animal, de 3 a 8 meses nessa primeira dose. Só que, atualmente, nós temos uma tecnologia da vacina RB-51. Esta tecnologia permite você vacinar o animal adulto porque ela não dá o marcador para o exame posterior. É aquele exame que o ministério exige pra ver se no caso o animal tem ou não contato com brucelose”, disse em suma o veterinário.

Assim, o produtor tem à disposição duas ferramentas para prevenir a brucelose no seu calendário sanitário para bovinos. “São dois tipos de processo hoje. O primeiro processo eu tenho que vacinar todas as fêmeas, que são fêmeas e têm que passar pela vacina de três a oito meses. Posteriormente a esse período, eu tenho a opção de fazer o reforço vacinal da brucelose com a RB-51, que é uma modificação da vacina que permite vacinar animais acima de oito meses”, acrescentou.

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RAIVA

Depois disso, o Rodrigues falou sobre a inclusão da raiva no calendário sanitário para bovinos. “A campanha de vacinação anti rábica para bovinos, para os herbívoros é muito importante na propriedade. Então tanto vacinar contra raiva os bovinos, quanto os equinos, os equídeos da propriedade também. As mulas, os cavalos”, ilustrou.

Segundo Rodrigues, cada estado tem seu calendário para a prevenção da raiva. “A raiva é tratada de uma forma mais regional também. Tem regiões do Brasil que o calendário é obrigatório devido à agência de defesa sanitária do estado. E tem regiões que o calendário é flexível e depende da decisão apenas do pecuarista”, salientou.

REPRODUÇÃO

Do mesmo modo, o veterinário lembrou do modo correto de reforçar a saúde de vacas e bezerros com o calendário sanitário de bovinos. “É importante ter um calendário de reforço de vacinas clostridiais nas matrizes. E também pensando nas vacinas […] que irão viabilizar a produção de um colostro de qualidade”, comentou.

Igualmente, o especialista sugeriu como encaixar tais vacinas no calendário. “Uma sugestão é a partir do terceiro ou quarto mês de gestação da vaca nós já pensarmos na vacina contra clostridiose. Depois disso, a partir do sexto a sétimo mês, pensarmos nas vacinas tanto reprodutivas, para preparar a vaca para próxima estação, quanto a vacina que previne as doenças que causam diarreia no bezerro no primeiro mês”, orientou.

“Se eu não fizer a vacina na vaca, ela não consegue produzir o colostro de qualidade para que esse bezerro, ao nascer, mame o colostro nas primeiras horas e tenha proteção nos primeiros meses de vida”, disse em suma o veterinário.

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BEM-ESTAR ANIMAL

Em conclusão, o especialista ressaltou o papel do bem-estar animal na eficácia do calendário sanitário para bovinos. O modo como o time de campeiros conduz o gado até o local de manejo, sem estresse, é essencial para que as vacinas funcionem. Assim também o programa Criando Conexões capacita as fazendas parceiras da MSD Saúde Animal para incorporar práticas de bem-estar.

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Outra solução que a companhia oferece vem através da Allflex, empresa da divisão MSD Saúde Animal Intelligence. A princípio, o objetivo é identificar os animais que receberam o manejo do calendário sanitário para bovinos e checar seu histórico. “Nós trabalhamos três pilares de uma forma muito intensa. A saúde, o bem-estar e a identificação. Identificar o animal que passou pelo protocolo sanitário é fundamental dentro do rebanho. Porque a partir do momento que eu coloquei a identidade no meu animal, o número nele, eu consigo saber se o meu animal passou pelo protocolo, se teve boa resposta ao tratamento ou à vacina. Isso faz com que eu tenha mais segurança sanitária dentro da minha fazenda”, disse em síntese.

Por fim, assista a entrevista completa com Daniel Rodrigues:

Foto: Nicoli Dichoff / Reprodução Embrapa

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