“Sistema Gravataí” garante comida extra para o boi safrinha

Trata-se de uma técnica que mostra uma perfeita combinação entre lavoura e pecuária, que tem ganhado força em regiões de cerrado. No ano passado, o pesquisador, Flávio Wruck, concluiu uma pesquisa apontando que o consórcio entre brachiaria e o feijão Caupi - uma espécie de leguminosa -, pós colheita da safra de soja, triplicou a produção de massa em relação a uma área testemunha somente com o capim solteiro.

Nesta quinta-feira, 28, foi ao ar um novo episódio da série especial sobre a importância dos sistemas integrados, produzida na Embrapa Agrossilvipastoril, de Sinop, Mato Grosso. Dessa vez, a entrevista foi feita com o pesquisador Flávio Wruck, sobre um dos recentes lançamentos e publicações da instituição, o “Sistema Gravataí”. Trata-se de uma técnica que mostra uma perfeita combinação entre lavoura e pecuária, que tem ganhado força em regiões de cerrado. No ano passado, o pesquisador concluiu uma pesquisa apontando que o consórcio entre brachiária e o feijão Caupi – uma espécie de leguminosa -, pós colheita da safra de soja, triplicou a produção de massa em relação a uma área testemunha somente com o capim solteiro. “Os testes foram feitos numa fazenda localizada em Itiquira, sul de MT, propriedade que tem o mesmo nome dado ao sistema: Gravataí, onde foi possível, logo de cara, uma produção de cinco toneladas de matéria seca por hectare, justamente na época mais complicada do ano que é o inverno, na seca”, disse:

Foram feitos vários testes na área onde foi detectado outras vantagens dessa combinação como fixação biológica de nitrogênio, maior produção de resíduos de qualidade e melhoria nas condições físicas, químicas e microbiológicas no solo. “Quando o gado entrou pela primeira vez na área foi impressionante a palatabilidade dos animais, eles gostaram muito dessa dobradinha brachiaria e feijão Caupi”, comemorou.

Wruck também falou de outros pontos positivos apresentados pelo sistema como aumento no teor de proteína bruta da área que, inicialmente, começa com 16%. O pesquisador disse ainda que esta tecnologia é muito importante para os pecuaristas que não tem o hábito de ajustar corretamente a sua lotação, já que ela atravessa o período da seca (pastejo até setembro) quando normalmente começa a época das águas. “Assim que voltar a chover, recomendo que o gado seja retirado da área e que se faça o dessecamento do local para o plantio direto”, finalizou, dando uma última dica: “se o agricultor não quiser colocar o gado no local, não tem problema, já que esse consórcio também é uma excelente cobertura de solo”.  

Confira, abaixo, a entrevista completa do pesquisador sobre o “Sistema Gravataí”.

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