Saiba como fazer aclimatação e adaptação de bovinos ao confinamento

Cumprir as etapas ajuda na identificação precoce de doenças, na adaptação à dieta mais energética e reduz incidência de sodomia e refugo de cocho

Quais são as diferenças entre aclimatação e adaptação de bovinos ao confinamento, quais os lotes que devem ser priorizados e qual a importância de cumprir estas etapas? Nesta quinta, 25, o engenheiro agrônomo Antony Luenenberg, coordenador técnico de bem-estar da MSD Saúde Animal, falou ao Giro do Boi sobre o assunto.

De acordo com o consultor, adaptação e aclimatação ajudam a manter o equilíbrio da saúde dos animais e, portanto, melhoram o seu desempenho em cocho. “Para a gente ter ideia do impacto da santidade no confinamento, em 2019 a Foco Consultoria em saúde animal fez um levantamento (veja mais detalhes da pesquisa no link abaixo) com cerca de 282 mil animais confinados e apontou que 59,8% das causas de mortalidade foram devido à enfermidades. Então você vê o impacto da saúde dentro do confinamento. Destas mortes, em torno de 46% foram relacionadas a pneumonia, doença que também foi responsável por 62% dos casos da ocorrência de medicação. Então o pecuarista que está nos assistindo deve focar suas atenções principalmente na prevenção, através da utilização de ferramentas, vacinas que auxiliem na prevenção e controle destas doenças para ele poder ter um bom retorno dentro do confinamento e fazer com que esses animais desempenham cada vez melhor”, salientou.

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Uma das etapas para manter a saúde dos bovinos é a aclimatação. Luenenberg detalhou do que se trata o conceito, que consiste em apresentar o ambiente aos animais. “Ele vai mostrar para os animais onde está a água, onde está o alimento, mostrar o curral de manejo, mostrar os quatro cantos do curral de manejo, fazer com que eles se movimentem de forma ordenada. Dentro do programa (programa Criando Conexões, da MSD Saúde Animal), para exemplificar mais um pouco para o pecuarista, a gente faz treinamentos. O treinamento inicial com todo mundo tem em torno de três a quatro interações por dia com os lotes de animais no confinamento. Então o vaqueiro vai entrar junto com a ronda, vai começar a movimentar esses animais de forma ordenada, tem a técnica pra fazer isso, mas ele vai levar nos quatro cantos do confinamento porque o boi, para o nosso amigo que é confinador, a hora que você coloca um lote novo na baia de confinamento, ele tem um canto preferido e muitas vezes ele demora para reconhecer todo aquele ambiente. Então a gente vai auxiliar ele a reconhecer onde está”, esclareceu.

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O especialista brincou dizendo que o boi pode ser “mentiroso”, ou seja, é um bom ator que, quando não confia em seu ambiente e seus manejadores, finge que não tem doenças para não demonstrar fraqueza para um possível predador. Do contrário, conhecendo o ambiente e confiando nos peões, o bovino se prostra mais rapidamente e pode facilitar o diagnóstico de uma doença.

Entre os benefícios de fazer uma boa aclimatação, conforme disse Luenenberg, estão ainda diminuição de sodomia e de refugo de cocho e a própria identificação precoce de doenças. “O que a gente tem que pensar é que a linguagem do bovino é universal, independente de a gente estar aqui em São Paulo, no Mato Grosso, lá na China, no Japão… No local que a gente esteja, ele se comunica pelo ser humano através de linguagem corporal, então a gente tem que estar atentos aos sinais que ele está mostrando”, ressaltou.

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O agrônomo explicou também do que se trata a adaptação. “Adaptação é o período que se concentra entre 14 a 21 dias da entrada do confinamento e o que a gente tem que ter em mente é que essa entrada no confinamento é um dos principais estressores. Como comentei, para aqueles desafios nutricionais e ambientais, o pecuarista tem que estar muito atento a isto e pensar em preparar estes animais desde a recria. Os lotes que vão vir no confinamento já têm que estar se reconhecendo, então o ideal seria que ele já preparasse esses lotes da fazenda da recria para chegar no confinamento e esses animais se conhecerem, também começar trabalhar com dieta diferente para a hora que ele entrar no confinamento o rúmen já estar mais adaptado”, contextualizou.

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Luenenberg recomendou que ao concluir a recria, o produtor já tenha aplicado protocolo sanitário com endo e ectoparasiticidas, vacinas para doenças respiratórias, “blindando” os animais de uma queda do sistema imunológico para obter a melhor resposta em cocho.

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Segundo o especialista, existem lotes de alto risco com os quais o confinador deve ter mais atenção para aclimatação e adaptação. “Quem são os lotes de alto risco? São os animais que viajaram mais 500 quilômetros, mais de oito horas de viagem e os que não estão tendo evolução do consumo nas primeiras semana de confinamento. As fêmeas, que tendem a ser os animais mais reativos e ainda animais com baixo escore”, listou.

Luenenberg informou que a MSD Saúde Animal lançou o portal do programa Criando Conexões, que leva capacitação de práticas modernas de bem-estar para fazendas parcerias, e pelo site reúne vídeos, cartilhas e módulos de treinamentos dentro do tema. Veja no link abaixo:

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Ainda em sua entrevista, o agrônomo fez convite para o webinar “Desafios no controle do carrapato bovino Rhipicephalus microplus considerando o atual cenário”, que a companhia realizará na noite desta quinta, 25, às 19h, com transmissão pelo Canal da MSD Saúde Animal Brasil no Youtube.

Luenenberg lembrou também da participação da companhia no “9º Webinar Giro do Boi: Estratégias de manejo na produção de bezerros de corte”, que acontecerá na manhã desta sexta, 26, às 8h30. Veja a programação completa e faça a inscrição pelo link abaixo:

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Confira a entrevista completa e Antony Luenenberg ao Giro do Boi:

 

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