Como usar a ressincronização na IATF para conseguir até 90% de concepção?

Ressincronização: IATF pode render até 90% de taxa de prenhez a partir de três inseminações dentro de um período de até 48 dias; veja as dicas do professor Ed Hoffmann Madureira

Nesta segunda-feira, dia 20, o Giro do Boi levou ao ar entrevista com o médico veterinário, mestre em reprodução animal e doutor em patologia experimental e comparada Ed Hoffmann Madureira, professor da USP de Pirassununga-SP. Em pauta esteve a influência da IATF na produtividade da cria da pecuária de corte e novas tecnologias voltadas à reprodução bovina.

Na conversa com o apresentador Mauro Sérgio Ortega, o professor reforçou que o sucesso da estação reprodutiva depende de outros fatores, como potencial genético dos animais, manejo de pastagem, nutrição, qualidade dos produtos escolhidos para o manejo reprodutivo, treinamento da equipe, instalações e qualidade do sêmen usado na inseminação artificial. “Não é só o foco na IATF em si, mas tudo que a envolve e os benefícios que pode trazer”, reforçou.

Para o pesquisador, um dos principais benefícios que a IATF trouxe à pecuária de corte é o fato de possibilitar a inseminação de 100% dos animais dentro da estação de monta, enquanto na observação visual a taxa de serviço flutua entre 40% e 50%. Hoffmann reforçou também que atualmente existem protocolos reprodutivos que possibilitam até três inseminações dentro de um período de 48 dias, com uma taxa de sucesso de até 60% em cada um dos procedimentos, possibilitando uma taxa de prenhez final de 90% após a ressincronização. “É possível atingir 60% de taxa de concepção pra casa inseminação. Em três acumuladas, teríamos 90% de prenhez ao final da estação de monta”, contabilizou.

Mas o veterinário. pondera que para obter desempenho similar, o escore corporal das matrizes deve estar adequado para responder aos protocolos. “Pequenas diferenças de escore levam a diferenças grandes no desempenho reprodutivo. Um ponto no escore, que representa entre 36 e 50 quilos de reserva corporal, pode impactar em 50% a mais nas taxas de prenhez”, quantificou.

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Entre as novas tecnologias que podem ajudar a aumentar o sucesso da IATF está um produto recém lançado que substitui o benzoato de estradiol por um novo composto denominado 17-beta estradiol, um hormônio bioidêntico cujos benefícios já eram conhecidos, mas ainda não estava comercialmente disponível.

Segundo Ed Hoffmann, responsável pelo desenvolvimento do produto, o composto antecipa a emergência da onda folicular das matrizes em um dia, o que faz com que haja um dia a mais de crescimento folicular até o momento da inseminação. “Nós temos um folículo com 1 milímetro a mais de diâmetro. É um folículo significativamente maior. Isto produz oócitos, portanto embriões de melhor qualidade e corpos lúteos com mais capacidade de secreção de progesterona”, detalhou.

Além de melhorar as taxas de concepção entre 5% e 10%. o novo produto tem benefícios indiretos. “Não podemos afirmar que seja por conta do 17-beta estradiol porque o protocolo é um conjunto de tratamentos, mas substituindo-se o benzoato pelo 17-beta estradiol nós temos um ganho entre 5% e 10% nas taxas de concepção. E nós temos observado uma coisa muito interessante. No momento da IATF os pecuaristas relatam que eles têm muitos animais em estro e nós sabemos que animais que apresentam estro após o protocolos de IATF têm uma taxa de concepção melhor”, afirmou o professor, frisando que entre 94% e 100% dos animais apresentam estro após o tratamento.

Confira a entrevista completa de Ed Hoffmann Madureira ao Giro do Boi desta segunda:

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