Projeto aposta em agricultura regenerativa e monitoramento de rebanho para produzir leite de baixo carbono

Conheça o Projeto Flora, criado pela Danone Brasil com apoio da MSD Saúde Animal para reduzir emissões de GEE da pecuária de leite via integração e bem-estar

O Giro do Boi recebeu em estúdio nesta quinta, dia 10, o gestor de relacionamento de contas estratégicas na MSD Saúde Animal Rinaldo Felício e o head de leite e ingredientes lácteos da Danone Brasil, Henrique Borges. Os profissionais falaram sobre a parceria entre as companhias no Projeto Flora, que está utilizando a pecuária regenerativa e monitoramento de rebanho para reduzir a pegada de carbono do leite.

Rodando desde 2019, o Projeto Flora ocupou inicialmente três hectares na Fazenda Gordura, propriedade do engenheiro agrônomo Caio Rivetti em Guaranésia-MG. Na área, que passou a integrar pecuária com floresta com espécies diversas de árvores, foram distribuídas 18 vacas. Agora, depois do sucesso do piloto, a meta é chegar aos 188 hectares até 2023. Nesse sentido, o projeto Flora conta com apoio do Instituto de Pesquisas Ecológicas – IPÊ e da Fuzil.

OBJETIVOS

Conforme compartilhou Borges, a intenção do projeto é reduzir a pegada de carbono da sua produção de lácteos. Isso porque um levantamento apontou que 56% das emissões de carbono da companhia vêm da produção pecuária. A ideia era “atacar” este problema e a “arma” escolhida, então, foi a pecuária regenerativa com integração com floresta.

Felício celebrou o sucesso da iniciativa. “É muito interessante a gente ver que a gente consegue unir ciência, inovação, tecnologia e bem-estar dos animais. Muito gratificante esse projeto Flora”, acrescentou.

LEITE DE BAIXO CARBONO

Em seguida, Borges projetou o avanço do projeto de forma que o leite “low carbon”, ou leite de baixo carbono possa ocupar uma fatia cada vez maior do mercado de lácteos.

“A gente começou com três hectares, uma área bem pequena, restrita. E a gente começou plantando as árvores e fazendo toda a parte de manejo. O que aconteceu de lá para cá é que a gente conseguiu um aporte. A Danone criou um fundo global para investimento grande. A gente recebeu um investimento a fundo perdido e hoje nós estamos investindo. Então a nossa intenção é ter 30% do nosso leite sendo emitido num modelo de integração pecuária-floresta e até nos próximos anos a gente vai ver isso aí muito forte. E a nossa ideia é ser a primeira empresa a ter leite low carbon no mercado. Conseguir ter mesmo uma linha de fazendas que poluem menos, que a gente tem uma pegada de carbono muito menor. A gente está nesse caminho, tem um plano muito definido e bem elaborado para isso”, confirmou.

Conforme apresentou Borges, a meta da Danone é reduzir em 50% a pegada de carbono até 2030 e zerar essas emissões até 2050. Nesse contexto, a Danone Brasil foi a unidade que mais reduziu a sua pegada de carbono dentro dos últimos dois anos na comparação com as demais.

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MONITORAMENTO

Além da sustentabilidade do sistema de produção, o rebanho também ganha boas práticas de manejo a partir de novas tecnologias. É o monitoramento das vacas leiteiras feito por um colar da Allflex, uma empresa da divisão MSD Saúde Animal Intelligence.

Rinaldo Felício disse em resumo o trabalho que está sendo feito na Fazenda Gordura. O uso da tecnologia, ou seja, do colar, leva a avanços paralelos, como a gestão à vista na sala de ordenha, identificação de bezerros na maternidade e aplicação de medicamentos, por exemplo. Juntamente com isso, o equipamento monitora os animais 24h animais e indicam como eles se comportam, se há estresse ou condição de saúde e bem-estar.

No fim das contas, a nova forma de cuidar do rebanho faz com que a fazenda implemente o conceito de saúde única, em que há harmonia entre a saúde do rebanho, das pessoas e do meio ambiente. “Com isso, você consegue ter, além de tudo, uma produtividade maior, você consegue ter indicadores de qualidade muito melhores. Você consegue ter um leite completamente diferenciado. Além de ser um lugar organizado, bonito, que dá satisfação de conhecer”, aprovou Henrique Borges.

EXPANSÃO

Assim, depois de comprovado o sucesso do protocolo utilizado no Projeto Flora na Fazenda Gordura, a intenção é expandir sua aplicação. “Esse ano a gente está expandindo para outras três fazendas. A gente vai ficar em quatro fazendas agora. Todas na região (Minas Gerais). […] A gente vai buscar mais um fundo de captação que a gente tem de investimento para 2023. Mas a gente já tem as primeiras respostas bastante positivas desse novo pedido e a gente sabe que vai conseguir ampliar. É muito legal ver como o resultado é claro e como está todo mundo de olho nisso”, antecipou Borges.

O executivo frisou quais são os pilares que o modelo de produção busca. “Bem-estar animal, tecnificação do produtor. Então o produtor tem que estar muito alinhado e com muito conhecimento sobre o que ele está fazendo. E o terceiro pilar é a regeneração do solo”, salientou.

“A gente quer um mundo sustentável. A gente acha que sustentabilidade é uma forma de negócio. Então esse investimento, essa forma de lidar mostra um pouco a nossa forma de fazer negócio”, confirmou.

Aos produtores interessados nesta fase de expansão do Projeto Flora, Henrique Borges deixou à disposição o contato pelo seu perfil pelo LinkedIn ou nos perfis da Danone Brasil.

Por fim, assista a entrevista completa com Henrique Borges, da Danone Brasil, e Rinaldo Felício, da MSD Saúde Animal, pelo vídeo a seguir:

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