ESPECIALISTA RESPONDE

Pastejo rotativo ou ultradenso? Entenda as diferenças no manejo do gado

Engenheiro Marcius Gracco detalha os sistemas de alta lotação e alerta que o fator chave para o sucesso é o respeito à fisiologia da planta forrageira

Pastejo rotativo ou ultradenso? Entenda as diferenças no manejo do gado (Foto: Reprodução/Giro do Boi).
Pastejo rotativo ou ultradenso? Entenda as diferenças no manejo do gado (Foto: Reprodução/Giro do Boi).

O manejo do gado por meio de sistemas de pastejo intensivo é a principal chave para aumentar a lotação e a rentabilidade por hectare.

A dúvida do pecuarista João José Ribeiro, de Gurupi, Tocantins, sobre as diferenças entre o pastejo rotacionado (ou rotativo) e o pastejo ultradenso toca em duas filosofias distintas de intensificação.

Ao quadro “Giro do Boi Responde”, o engenheiro agrônomo Marcius Gracco, da Intensifique Consultoria, explica que embora ambos busquem o aumento de produtividade, a forma de uso da área e o foco do manejo são diferentes.

Segundo ele, o pastejo rotacionado é a principal aposta da pecuária nacional para intensificar a produção. Sua diferença fundamental para o contínuo e o alternado é o controle: o sistema exige a divisão da propriedade em vários piquetes, onde o pecuarista respeita a fisiologia da planta, ou seja, a altura ideal de entrada e de saída da forrageira.

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Pastejo Rotacionado vs. Pastejo Ultra-Denso

No pastejo rotacionado, o objetivo principal é respeitar a fisiologia da planta e aumentar a lotação. Por isso, os animais ficam um período um pouco maior no piquete, geralmente dois a três dias. Essa disciplina garante o tempo de descanso necessário para o pasto.

Já o pastejo ultra-denso segue uma filosofia diferente. O objetivo é colocar altíssimas lotações instantâneas por um período muito curto de tempo e utilizar o próprio resíduo (fezes e urina) do animal para fertilizar a área. A troca de piquetes é muito mais rápida do que no rotacionado.

Princípio fundamental e lotação

A principal recomendação do especialista, independentemente do sistema escolhido, é o respeito à fisiologia da planta. Ao ser pastejada, a planta usa os carboidratos da raiz para emitir novas folhas, que, por sua vez, devolvem o carboidrato para a raiz através da fotossíntese. Desrespeitar esse ciclo prejudica a alta produtividade.

Com o pastejo rotacionado, o pecuarista pode atingir médias de lotação muito elevadas. Partindo de uma média de 0,8 a 1,5 UA/ha no sistema convencional, é possível alcançar, em áreas adubadas e irrigadas no verão, 15 UA por hectare.

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