Oscilações de temperatura devem ligar alerta do pecuarista para sanidade do rebanho

Mudanças na dieta, seja por restrição de pasto ou para um regime mais intensivo, também contribuem para vulnerabilidade dos animais

A mudança de dieta do rebanho de corte em meio ao inverno, seja por uma restrição das pastagens ou por sair de um regime de pasto para o confinamento, pode acarretar em problemas de saúde nos animais. O tema foi abordado em meio a outros assuntos no Giro do Boi desta segunda, 20, em entrevista com o diretor da área de ruminantes da MSD Saúde Animal, Henrique Casagrande, médico veterinário pela Universidade de Marília-SP com MBA pela FGV e pela Universidade de Ohio, nos EUA.

Entenda o tamanho do prejuízo das doenças respiratórias em gado de corte

“É o momento de muita atenção, principalmente porque nutricionalmente nós temos impactos no gado que está de passagem neste período mais seco e no gado que está entrando no confinamento. A gente tem aí o período mais frio do ano, principalmente nas regiões mais frias do nosso Brasilzão! Então atenção com relação a parte nutricional, se o gado está tendo a ingestão ou disponibilidade necessária para aquilo que é importante, para o consumo do gado e, principalmente, com relação a sanidade. Acabamos de sair da campanha de aftosa, no mês de maio, e o pecuarista agora, no mês de julho, deve estar atento aí principalmente com relação a problemas respiratórios”, disse Casagrande.

Você sabe como receber o gado no confinamento após o desembarque?

O diretor da MSD Saúde Animal reforçou que além da parte nutricional, as variações de temperatura ao longo do dia, que pode ser muito expressivas, também podem prejudicar o desempenho dos animais. “Como eu comentei a respeito das baixas temperaturas, algumas regiões do país tem oscilações de temperaturas superiores a 20º C, 25º C ao longo do dia, então precisamos ter uma atenção principalmente com relação aos problemas respiratórios nesta época do ano”, frisou.

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Umas das principais estratégias utilizadas para prevenir a ocorrência das DRBs, as doenças respiratórias em bovinos, segundo o especialista, é metafilaxia, o uso racional da antibioticoterapia para controlar os problemas respiratórios no gado.

“O uso, por exemplo, da tildipirosina, um produto chamada Zuprevo, tem apoiado muito essa proteção respiratória do gado, principalmente nos problemas respiratórios para essa época do ano. Os estudos comprovaram isso, o problema respiratório é um grande vilão que temos na pecuária brasileira e que temos principalmente nesta época do ano com oscilações e temperaturas mais baixas”, detalhou.

Em sua entrevista ao Giro do Boi, Casagrande comentou também a importância do programa voltado às práticas de bem-estar animal da companhia, o Criando Conexões, uma parte essencial dos programas da empresa voltado aos pecuaristas parceiros, Maxi-Corte e Maxi-Leite. A demanda pela incorporação destas boas práticas, segundo Casagrande, vem do pecuarista, da indústria e, sobretudo, do mercado consumidor interno e externo.

Para levar capacitação sobre o tema às fazendas brasileiras, o programa Criando Conexões possui 30 profissionais especialmente treinados em bem-estar para disseminar os conceitos mais modernos do tema aos pecuaristas parceiros.

Boi estressado esconde doença e dificulta diagnóstico

Em relação aos treinamentos, Casagrande se mostrou entusiasmado com o avanço das tecnologias dentro da porteira, advento em que a pandemia serviu como uma espécie de catalisador. “Para aqueles que tinham dúvida que o digital passaria pelas porteiras da nossa pecuária brasileira, esta dúvida foi sanada. Desde o início de pandemia, a gente começou a ter uma série de interações digitais com o pecuarista brasileiro, o pecuarista atento a essas novas tecnologias. Alguns pecuaristas, inclusive, não estão aceitando visitas em suas fazendas para proteger a peonada, para proteger as famílias que moram nas suas fazendas. Então a gente tem visto uma abertura muito grande do pecuarista brasileiro nessas tecnologias digitais. E quando eu falo de tecnologias digitais, eu estou falando de receber um treinamento digital na fazenda através de um webinar, por exemplo, ou uma chamada telefônica através do skype”, exemplificou.

A própria MSD ofereceu para a pecuária de corte uma série de webinários chamada de “Vaaai, pecuária”, que continua disponível para visualização pelo canal da companhia no YouTube. “Eu vou citar dois exemplos aqui. Nós tivemos uma série de webinários, chamado webinar “Vaaai, pecuária!”, em que foi aberto através de YouTube onde o pecuarista poderia conectar ali e ter acesso a conteúdo de mercado, de bem-estar animal, temas relevantes […] e também pelas nossas páginas que temos nas mídias sociais, como Facebook, LinkedIn e o nosso site, sempre disponíveis para o pecuarista brasileiro neste momento”, listou.

“Essa pandemia fez com que a gente se reinventasse e o pecuarista viu isso com bons olhos. Algumas fazendas não têm bom acesso a internet, então esta tem sido uma grande dificuldade ainda que a gente vê, porém várias outras aí já têm acesso e disponibilidade a informação”, ponderou.

“Além disso, caso o pecuarista tenha interesse em ter um atendimento mais específico, basta ele entrar em contato com a pessoa da MSD que ele conhece na sua região. Os nossos consultores de pecuária, os nossos coordenadores de demanda ou coordenadores de território, para que esse conteúdo customizado seja disponibilizado aí para eles. São diferentes formas para a gente manter o atendimento ao pecuarista brasileiro”, reforçou.

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Veja a entrevista completa com Henrique Casagrande desta segunda, 20, ao Giro do Boi:

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