Máquina de produzir carne: evolução da carcaça impressiona no Circuito Nelore

Raça é uma grande máquina de fazer carne com base no capim e no sal mineral, reforçou executivo da ACNB em balanço do Circuito Nelore 2019

“O Nelore, sem dúvida nenhuma, é hoje uma grande máquina de fazer carne com base no capim e no sal mineral, tem capacidade de produzir muito volume e com bastante qualidade”, classificou o gerente executivo da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil – ACNB -, André Locateli.

O executivo falou ao Giro do Boi especial da noite de segunda, dia 09, que revelou os vencedores do Circuito Nelore de Qualidade. Em 2019, foram 17,9 mil carcaças de machos processadas, sendo que foram 85,3% abatidos com 4 dentes, peso médio de 21@ e 48,5% das carcaças com cobertura de gordura mediana e uniforme. Entre as fêmeas, de um total de quase 4 mil carcaças julgadas, 78,6% eram de novilhas com 2 dentes, peso médio apresentado de 15@ e 71,2% com cobertura de gordura mediana e uniforme. O volume de animais julgados foi recorde neste ano, assim como o número de etapas e o de pecuarista participantes.

“A gente que já tem há alguns anos acompanhado o trabalho da associação, é gratificante a oportunidade de ver a olho nu a evolução da raça Nelore. Isso realmente nos impressionou. Quando a gente olha esses índices de relação de idade e peso tanto de machos como de fêmeas, a gente vê efetivamente, reforça o potencial” sustentou.

Leia aqui os outros outros destaques da edição especial do Giro do Boi:

Conheça os vencedores do Circuito Nelore de Qualidade 2019

A próxima fronteira para o Nelore

+ Melhoramento do Nelore sai das pistas e chega ao prato do consumidor

“O que se pode notar é que a raça Nelore vem cada dia melhorando, a genética melhorou demais. A gente tem acompanhado todos os dias nos currais e o que se vê é todo dia show, show de qualidade. Vacas muito boas, bois muito bons. Hoje estamos com média aqui no Mato Grosso do Sul de 15@ para fêmea. Isso é média, desde o início do ano. De boi, é de 19 para quase 20@. Antigamente quem falasse que ia vender uma vaca extra era 13@, 14@”, surpreendeu-se Nelson Jardim, gerente de originação da Friboi para as unidades do oeste do MS.

O gerente das unidades a leste do MS, Sérgio Gonçalves, comentou a importância dos incentivos em bônus por arroba para animais de qualidade, como é o caso do Protocolo Nelore Natural (*). “O incentivo financeiro é a base de tudo para a melhoria, até porque para você melhorar um rebanho, isso requer investimento na fazenda, investimento em reprodução, em uma série de coisas. […] É um reconhecimento que segue em cadeia e o pecuarista vem se empenhando a cada vez mais melhorar a qualidade do seu rebanho. […] Com um rebanho de qualidade, com acabamento, você tem a possibilidade de manter e abrir novos mercado e isso expande o alcance da carne brasileira no mundo. Sem dúvida nenhuma, a base que é o Nelore evoluiu em 30 anos o que muitas raças vem há 500 anos”, destacou Gonçalves.

E a qualidade que se viu nos currais nos dias de abates técnicos do Circuito Nelore de Qualidade, segundo Locateli, não foge de realidade das fazendas brasileiras. “É uma fotografia da realidade do Nelore. […] Estamos falando de um retrato fiel do Nelore que existe hoje nos pastos do Brasil. Hoje a gente tem muita confiança em mostrar o resultado, falar do Nelore como a carne do Brasil. […] O Nelore evoluiu demais e é mérito do pecuarista brasileiro, do selecionador, dos técnicos, dos pesquisadores brasileiros”, reconheceu o gerente executivo da ACNB

Veja as entrevistas completas no vídeo abaixo:

 

(*) Embora o pecuarista não precise estar associado à ACNB participar do circuito, para estar apto a receber bônus pelo Protocolo Nelore Natural pela qualidade das carcaças comercializadas, a filiação é condição fundamental.

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