
A pecuária brasileira é parte da solução para as mudanças climáticas, e a chave para esse protagonismo está no manejo correto do solo.
As principais mitigações de gases de efeito estufa no solo agrícola dependem de práticas que aumentam o estoque de matéria orgânica e reduzem a liberação de carbono na atmosfera. Pesquisadores apontam que o solo pode funcionar como um dreno ou um emissor de carbono, e o manejo adotado é o que define o resultado.
Em entrevista ao Giro do Boi, o engenheiro agrônomo Renato Roscoe, doutor em Ciências Ambientais e diretor executivo do Instituto Taquari Vivo, presente na COP 30, em Belém, afirma que o Brasil já sabe o que fazer.
Segundo ele, a pecuária bem conduzida, em vez de emitir gases, passa a ser um sumidouro de gases, retirando o dióxido de carbono da atmosfera. A boa notícia é que as ações que promovem a sustentabilidade — como a recuperação e fertilização de pastagens — também aumentam a produtividade, colocando mais dinheiro no bolso do produtor.
Confira:
Integração e o sumidouro de gases
A pecuária brasileira tem demonstrado ser extremamente competitiva, aumentando a produção de carne mesmo com a redução de pastagens (como em Mato Grosso do Sul, que diminuiu 5 milhões de hectares de pastagens nos últimos 15 anos). Isso se deve às boas práticas agropecuárias:
- Terraceamento e estradas: a recuperação de solos e a readequação de estradas vicinais são cruciais, pois as estradas são grandes focos de erosão e degradação.
- Integração: a Integração Lavoura-Pecuária (ILP) e a recuperação de pastagens são as tecnologias que levam ao aumento da produtividade e à estabilização dos processos erosivos.
A COP 30, que pela primeira vez tem um ambiente exclusivo para a discussão da pecuária (AgriZone), é o momento de o produtor rural brasileiro mostrar ao mundo que a atividade já contribui para a solução climática.
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Indução de boas práticas e mercado de carbono
O mercado de carbono, embora ainda careça de metodologias claras e monitoramento acessível para o sequestro de carbono no solo, é um grande indutor de boas práticas. Programas como a carne carbono neutro (Embrapa) e a soja baixo de carbono já são exemplos de bonificação pela sustentabilidade.
O Instituto Taquari Vivo, que atua no Alto Taquari (MS), é um exemplo de como o manejo se concretiza. O Instituto não faz a recuperação, mas leva oportunidades ao produtor, fornecendo maquinário, orientação técnica e apoio do SENAR (com assistência técnica e gerencial por 2 anos).
O foco é na recuperação de solos e nascentes e no plantio direto de sementes nativas (muvuca) em Áreas de Preservação Permanente (APPs) e Reservas Legais, consolidando o equilíbrio entre produção e conservação.
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