Conheça os fatores que mais impactam na aplicação de defensivos em pastagens

Agrônomo lista os principais fatores que influenciam na eficácia - ou não - do uso de herbicidas para controlar a infestação de plantas daninhas no pasto

Nesta sexta, 02, o Giro do Boi recebeu em estúdio o engenheiro agrônomo, mestre e doutor em tecnologia de aplicação de produtos fitossanitários Henrique Campos, consultor da Sabri – Sabedoria Agrícola (www.sabri.com.br). Campos discorreu sobre seu artigo recentemente publicado no Informativo Pasto Livre (parceria entre Scot Consultoria e Dow) sobre os fatores de impacto na aplicação de defensivos para pastagens.

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De acordo com o consultor, o ponto de atenção é que a aplicação errada faz com que o pecuarista perca seu investimento, seja de forma parcial ou total, dependendo do erro cometido. Os equívocos podem dizer respeito à má regulação de equipamentos, como pressão inadequada, bicos, limpeza e até condições climáticas que prejudicam o processo.

O agrônomo frisou que o tanque que armazena o produto deve estar sempre limpo e com uma calda estável. O defensivo não pode decantar dentro do tanque porque pode fazer com que o aplicador tenha uma dose concentrada em demasia no começo do processo e muito diluída no final, prejudicando o efeito esperado.

“Para cada forma de aplicação existe uma técnica mais adequada. […] Eu posso citar vários pontos, mas a principal ideia do artigo é que não adianta usar produto o certo, a molécula com mais tecnologia, se alguns fatores, como a dose do produto, estão desajustados”, advertiu.

O fato de usar dose menor no produto para economizar ou mesmo usar em excesso pode fazer a diferença entre a sua eficácia ou não. Quanto muito diluído, o herbicida não combaterá da melhor forma a infestação de plantas daninhas. Já o produto muito forte pode acabar contaminando o ambiente ou contribuindo para criar resistência à molécula.

Quanto à formação de gotas, eles devem ter tamanho específico, destacou o consultor. “Quando a gota é muito pequena, o vento leva. Já a gota muito grossa pesa nas folhas e escorre”, diferenciou. Na aplicação aérea, Campos instruiu o aplicador a regular o equipamento para produzir gotas com 300 a 400 micras.

O agrônomo também indicou as condições climáticas ideais para a aplicação de defensivos. Segundo Campos, temperaturas acima de 35ºC não são recomendadas, além de o defensivo requerer umidade acima dos 40%. Já a velocidade do vento deve marcar, no máximo, 15 km/h, pois se for maior que isto ele pode interceptar as gotas e contaminar áreas vizinhas.

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PRINCIPAIS ERROS NA APLICAÇÃO

O doutor em tecnologia de aplicação de produtos fitossanitários elegeu os principais erros cometidos na hora de usar o defensivo nas pastagens. Na aplicação terrestre, avisou Campos, o aplicador por vezes desvia de uma árvore no meio do pasto e, quando volta, perde a linha em que estava aplicando. “Para corrigir, ele pode usar um GPS simples, que tem uma barra de luz e basta seguir o ponto”, recomendou.

Na aplicação aérea, o uso de coletores de gotas pode indicar se a faixa programada para receber a aplicação está de fato sendo tratada. Além disso, outro erro apontado por Campos é a medição das condições meteorológicas feita na pista de decolagem/pouso do avião. “Às vezes a pulverização está acontecendo a 10 hectares de distância e lá pode não ter as mesmas condições. O método mais preciso é você monitorar em tempo real as condições meteorológicas”, solucionou.

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DICAS

1 – Respeitar condições climáticas: temperatura abaixo de 35ºC, umidade acima de 40%, ventos com rajadas inferiores a 15 km/h;
2 – Limpeza de equipamentos: limpar os filtros, seja em equipamento de arrasto ou de uma aeronave, lembrando de limpar os equipamentos hidráulicos;
3 – Respeitar as doses de produtos;
4 – Trabalhar com bico correto: importante para controlar a pressão (ideal entre 2 e 4 bar, ou 30 e 60 libras);
5 – Conhecer a faixa de aplicação: se as faixas forem muito grandes, na hora de intercalar com outra faixa, pode-se deixar de aplicar em determinado ponto. E se as faixas forem pequenas demais, corre-se o risco de desperdiçar produto em uma mesma área e até intoxicar as plantas com muito herbicida, a chamada fitotoxidez.

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Confira mais detalhes na entrevista completa de Henrique Campos clicando no vídeo abaixo:

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