Depois de comprar 1º embrião em 2002, fazenda vira exemplo na seleção do Nelore

Objetivo da Agropecuária Mafra é refletir o melhoramento genético na engorda de bois e produção de carne de qualidade em uma pecuária de ciclo curto

Tudo começou no ano de 2000, direcionando a Fazenda São Joaquim, na ponta do Triângulo Mineiro, no município de Santa Vitória-MG, para um projeto de seleção genética que refletisse na produção de carne de qualidade para um mercado consumidor cada vez mais exigente. A história do Agropecuária Mafra, de Carlos Alberto Mafra Terra, foi contada em reportagem da 9ª temporada da Rota do Boi.

“Um animal jovem, bem acabado, com uma carne de boa qualidade no frigorífico. Essa genética aqui a gente sempre procurou com a metodologia da empresa, refletindo no pasto, no boi terminado, no boi bem acabado num curto espaço de tempo”, resumiu o médico veterinário Marcelo Tonello, em reportagem originalmente exibida em agosto de 2016.

Logo depois da aquisição da propriedade, o pontapé inicial para a formação de uma linhagem genética foi dado. “Em 2002 nós adquirimos nosso primeiro embrião e de lá para cá nós sempre procuramos melhorar a nossa genética, tendo como base o Nelore, usando os melhores reprodutores do país, investindo em genética para melhorar bastante o nosso gado, até a gente ir melhorando e ir conquistando uma base genética boa. No final, eu acho que foi o fechamento de tudo, o ápice da nossa seleção de Nelore quando nós colocamos os nossos dois primeiros touros em central, que foram os campeões nacionais Kayak TE e Kongo TE da Mafra”, completou Tonello.

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O veterinário detalhou os direcionamentos da seleção genética do grupo. “A nossa seleção sempre foi uma seleção buscando um melhoramento na carne, na carcaça, na cobertura (de gordura). Aqui em Minas Gerais é a nossa base genética, onde a gente mexe com com doadoras de alto valor genético, fazendo transferência de embrião em vacas meio-sangue”, disse.

O grupo tem propriedades também no estado do Pará, onde o melhoramento genético é validado em condições de pecuária tropical. “A base é aqui (em MG) e o reflexo no Pará. A gente sempre aproveita essa genética lá, levando sempre machos e fêmeas de boa genética, de alta qualidade […] para a gente implementar no nosso gado comercial. Lá a gente faz o ciclo completo, a gente tem 30 mil matrizes a pasto hoje e essa genética aqui a gente implementa no nosso gado do Pará, refletindo no gado terminado, no boi a pasto num curto espaço de tempo, além de fertilidade, temperamento”, detalhou o Marcelo.

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Para aproveitar todo o potencial de carcaça fornecido pelo melhoramento genético, a integração com a lavoura cria um ambiente favorável. “Nós temos animais em fase de terminação que já passaram por uma cria intensiva com creep feeding e uma recria com uma suplementação a pasto de dois a três quilos de ração. Eles estão aqui […] nesta área, é onde tem uma lacuna da agricultura, então nós estamos fazendo uma consorciação entre agricultura e pecuária. […] O pivô central, como nós estamos observando aqui, não está com nenhuma cultura, onde a gente deixa o capim, no caso a braquiária, para a gente terminar esses animais com uma suplementação no cocho”, indicou o veterinário.

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Na entrevista, Tonello aprofundou ainda o manejo nutricional dos bois em engorda. “Neste período de 60 dias que os animais ficam aqui (piquetes de engorda), eles ficam sendo suplementados no cocho e com o volumoso, que seria o pasto na lacuna de 60 dias, que fica entre uma cultura e outra da agricultura no nosso pivô central. A gente tem o acesso ao cocho aqui, tem uma metragem de cocho adequada e a gente suplementa eles com milho, grão úmido, um pouco de grão seco que a gente tem que ter na dieta e também a proteína através do farelo de soja, um pouco de ureia para esse animal ganhar o peso adequado nesse manejo, podendo chegar até um ganho comparado ao confinamento. A gente só substitui o volumoso, que no caso do confinamento seria a silagem, pela forrageira, que é a braquiária aqui, com um pouco mais de proteína ainda porque ela está verde. A gente aproveita desse jeito para fazer estes 60 dias de terminação e chegar no boi 777”, concluiu.

– Assista aqui na íntegra o “Webinar Giro do Boi – Boi 777 no Pará” e faça download das palestras Flávio Dutra e Gustavo Siqueira

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Confira a reportagem completa no vídeo a seguir:

Foto: Reprodução / Facebook

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