Fazendas brasileiras de cria devem aumentar produtividade média em 40% para obter lucro

Rafael Moreira afirma que a IATF é a próxima fronteira da produtividade da pecuária de corte no Brasil. Para justificar, ele lembrou uma frase utilizada pelo professor Ed Hoffmann, da FMVZ-USP, que afirma que enquanto a mais importante tecnologia recente da agricultura é o plantio direto, sua equivalente para a pecuária de corte é a inseminação artificial por tempo fixo.

Nesta segunda, 14, o Giro do Boi levou ao ar entrevista do repórter Marco Ribeiro com o gerente de produtos da Boehringer Saúde Animal, Rafael Moreira. Ele alertou que os produtores de cria devem aumentar em 40% sua produtividade média para que a fazenda dê lucro.

Os cálculos de Moreira foram obtidos por dois grandes projetos da pecuária de corte brasileira. Segundo o estudo de benchmarking da consultoria Terra Desenvolvimento feito em parceria com o instituto Inttegra, as propriedades de cria devem produzir ao menos sete arrobas por hectare ano para que obtenham lucro. Ao mesmo tempo, dados do Rally da Pecuária de 2016 deram conta de que a produtividade média atual das fazendas brasileiras de cria é de cinco arrobas por hectare ao ano.  “Ou seja, como vamos sair de cinco para sete arrobas por hectare ao ano? É um trabalho com foco em nutrição e sanidade e então entrar no detalhe da reprodução, que é onde começa tudo. Esse seria o fator novo da IATF, tecnicamente já se conhece muito. Tem que melhorar a gestão dela”, indicou Moreira.

Rafael Moreira afirma que a IATF é a próxima fronteira da produtividade da pecuária de corte no Brasil. Para justificar, ele lembrou uma frase utilizada pelo professor Ed Hoffmann, da FMVZ-USP, que afirma que enquanto a mais importante tecnologia recente da agricultura é o plantio direto, sua equivalente para a pecuária de corte é a inseminação artificial por tempo fixo.

E, de fato, há bom espaço para melhorar o aproveitamento da IATF. Rafael Moreira lembra que a efetividade do processo hoje é de cerca de 50%, número que pode ser maior. “É avançar nos detalhes da técnica. Inseminar parte rebanho e fazer uma estratégia de marcar quem dá cio ou não. As vacas que não deram cio voltam pro manejo e você aplica o fármaco novamente. Se eu aumentar em 1% a taxa de prenhez em um lote de cem vacas, eu investi R$ 100 para um retorno de até R$ 3 mil”, estimou.

Para melhorar os índices, Rafael ressaltou a importância de aplicar protocolos específicos para cada categoria de fêmea. “Não é fazer um protocolo para fazenda inteira, mas separar por lotes. Acertando detalhes, há um universo muito grande para se ganhar, todos com mta rentabilidade”, resumiu Moreira.

Veja a entrevista completa no vídeo abaixo:

 

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