Como o Nelore ajudou o Brasil a gerar riqueza nas adversidades?

No último episódio da série “Cupim, sabor de Nelore”, jornalista ressaltou que adaptação do Nelore ao Brasil foi essencial para o país se tornar potência do agronegócio

Nesta sexta, dia 20, foi ao ar o último episódio da série especial “Cupim, sabor de Nelore”, uma homenagem à raça que está presente em até 80% do rebanho nacional de gado de corte. Desta vez, o violeiro Yassir Chediak e os mestres churrasqueiros Clarice Chwartzmann e Fred Paim receberam o jornalista José Neto, produtor do próprio programa Giro do Boi.

O jornalista contou sua história, que começa na capital do Mato Grosso do Sul, Campo Grande. Depois de iniciar a carreira em sua terra natal em 2008, mudou-se para a capital São Paulo em 2014 para integrar a equipe do Giro do Boi. Em sua participação na série especial, Neto contou suas impressões sobre o momento pelo qual passa o agro brasileiro.

“O que está acontecendo é que agora você enxerga nos produtores o brilho que eles têm de virarem empresários, de desbravarem o Brasil e conseguir gerar riqueza a partir de cada bioma que a gente tem aqui. […] O pessoal tomou gosto, tomou orgulho pelo agro e está fazendo deslanchar a nossa produção, deslanchando a nossa vocação natural para a produção de alimentos”, opinou.

Em meio a esta evolução do setor, que coloca o País como um dos principais players do agro em todo mundo, contribuindo para produção de alimentos, fibras e energia, José Neto lembrou da contribuição do Nelore neste processo.

“O Nelore é espetacular, o Nelore é a principal raça zebuína aqui no Brasil. 80% do nosso rebanho de cerca de 215 milhões de cabeças são Nelore ou anelorado. E o Nelore se tornou uma raça muito importante porque o Brasil, que é um dos principais produtores e o principal exportador de carne bovina do mundo, tornou-se esta potência que é por conta do Nelore. Aqui a gente tem situações diversas, em biomas com condições climáticas, topografias distintas, então o Nelore, por ser tão rústico e por se desenvolver tão bem por estas terras, seja no semiárido, no Cerrado , no Pantanal, ele permitiu que o pecuarista se desenvolvesse e gerasse riqueza em qualquer uma destas situações. Por isso ele virou a estrela da nossa pecuária”, comentou.

O violeiro Yassir Chediak trouxe ainda mais um exemplo da contribuição da pecuária para a cultura brasileira. “Eu tenho uma parte da minha família que é do Nordeste, a minha avó era do Ceará e lá no Ceará eles levam a boiada com o aboio, que é uma espécie de canto que chama o gado”, contou, logo na sequência reproduzindo um dos versos. “Êêê gado bravo! / Vou levando a boiada pra fazenda São João / onde fica Joaninha, dona do meu coração. / Êêê gado bravo!”, cantou (ouça pelo vídeo abaixo).

O mestre churrasqueiro Fred Paim lembrou ainda das origens estrangeiras do Nelore, que veio para o Brasil da Índia, mas que ainda assim soa tão familiar para o nosso país. “É engraçado a gente dizer que o Nelore veio de fora, ele parece tão brasileiro, a gente incorporou tão bem”, enalteceu.

O fim da conversa foi marcado pela degustação de um cupim cozido na panela de pressão e finalizado na churrasqueira, acompanhado de um molho feito com redução de cerveja preta e temperos, e ainda servido junto a um arroz biro biro.

“Quando você descobre esta carne, o sabor, a potência que ela tem, o quanto ela é rica em sabor, esse marmoreio, eu fico até salivando em fala. E o produtor pode ter muito orgulho da produção, do trabalho que ele faz lá no campo. A gente está cada vez mais acessando esta carne, usando, eu participo de muitos festivais, muitos eventos e eu vejo meus colegas também em todos os lugares que eu vou, as pessoas cada vez mais usando cupim como uma carne brasileira, com preparos, com temperos brasileiros”, finalizou a mestra churrasqueira Clarice Chwartzmann.

Veja o último episódio completo da série “Cupim, sabor de Nelore”, clicando no player a seguir:

 

Foto: Mayke Toscano/ Secom-MT

Acesse pelos links abaixo todos os episódios da série especial “Cupim, sabor de Nelore”:

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