Adaptação ao confinamento evita perda de até 7% do peso do animal

Professor Mário Arrigoni, da Unesp de Botucatu, alerta para mudanças no perfil dos animais e da dieta, que forçam alterações no período de adaptação; conversão do alimento em carcaça pode ser afetada em mais de 7% e perda de peso varia entre 6 e 7% por conta da acidificação ruminal

Os avanços do confinamento, tanto no perfil dos animais que entram no cocho quanto na dieta cada vez mais composta por concentrado, estão desafiando os pecuaristas para manter o desempenho dos lotes. Isto porque as novidades acabam forçando novas maneiras de adaptar os bovinos ao sistema de terminação intensivo para evitar prejuízos em índices zootécnicos e, consequentemente, financeiros.

Para ajudar a resolver problemas neste período de adequação, o programa Giro do Boi levou ao ar nesta terça, 16, entrevista com o professor da Unesp, campus de Botucatu, Mário Arrigoni, mestre em nutrição animal e pastagem e doutor em zootecnia.

Entre as principais mudanças no perfil do confinamento citadas por Arrigoni está o tipo de animal que está sendo enviado para o cocho. “Principalmente os bois de compra precisam passar por adaptação porque mudou o modelo. Antes estes animais chegavam com 400 a 450 kg para só fazer a terminação. Agora temos bois mais leves, de 330 a 340 kg, que precisam passar por uma pequena ‘recria’ de cocho, ou dieta de crescimento, para depois terminá-los”, alertou.

Outra alteração foi na dieta destes bovinos, com a diminuição do volumoso e crescimento da parcela de concentrado na ração, chegando a até 80% de todo o alimento. “Sempre vamos ter muito milho na dieta. Esse amido fermenta muito rápido no rúmen conforme é apresentado e é quando a acidificação ocorre. Mas tudo isso podemos amenizar com essa adaptação bem feita na chegada dos animais, ou seja, respeitar um período de nove, 14 ou até 21 dias para fazer esta ‘conversa’ entre dieta e animal”, aconselhou.

Os prejuízos no caso de a adaptação não ser bem feita são expressivos, de acordo com o doutor em zootecnia. “Nós temos uma estimativa que em um animal com sintoma de acidose há impacto de 6 a 7% na perda de peso e mais de 7% de perda na eficiência de conversão de alimentos para ganho de carcaça”, destacou Arrigoni.

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Veja no vídeo abaixo a entrevista completa de Mário Arrigoni ao Giro do Boi e as soluções apresentadas pelo zootecnista para adaptar corretamente os bovinos à dieta mais intensiva:

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